Redação Exame
Publicado em 3 de setembro de 2025 às 08h44.
O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (ex-MBD), conhecido como TH Jóias, foi preso numa operação, nesta quarta-feira, por suspeita de ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Ele foi localizado num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
As informações foram confirmadas à EXAME.
Um delegado da Polícia Federal, policiais militares e um ex-secretário municipal e estadual também são alvos da ação. Já foram presos também Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, apontado como traficante, e Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, assessor de TH Jóias.
A investigação revelou que TH Jóias utilizava o mandato para favorecer o crime organizado, intermediando a compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
Além de TH Jóias, são avos da operação Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, Edgar Alves de Andrade, o Doca, e Manoel Cinquine Pereira, o Paulista, entre outras pessoas. Ao todo, a PF cumpre 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão em endereços, além da Barra, na Freguesia, na Zona Oeste da capital, e em Copacabana, na Zona Sul.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região também determinou o sequestro de bens e valores dos investigados, totalizando R$ 40 milhões, além do afastamento de agentes públicos, suspensão de atividades de empresas utilizadas para lavagem de dinheiro e transferência emergencial de lideranças da facção para presídios federais de segurança máxima.
De acordo com a polícia, a apuração identificou movimentações financeiras suspeitas envolvendo empresas ligadas a TH Jóias, com alertas sucessivos emitidos por instituições financeiras, reforçando a prática de lavagem de dinheiro. O deputado teria ainda, de acordo com a investigação, indicado a esposa de Índio do Lixão para o cargo parlamentar onde ela é lotada.
A ação desta quarta foi chamada de Bandeirante e é realizada por equipes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-RJ), composta pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil do Rio.
"Estamos diante de uma investigação que comprova a infiltração direta do crime organizado dentro do parlamento fluminense. O deputado eleito para representar a sociedade colocou seu mandato a serviço da maior facção criminosa do Rio de Janeiro. A Operação Bandeirante é mais uma demonstração de que não haverá blindagem política para criminosos: seja traficante armado na favela ou de terno na Assembleia, a resposta do estado será a mesma", afirmou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
*Com informações do O Globo