Brasil

Para oposição, PT perde com resultados na Câmara e no Senado

A oposição comemorou a vitória de Eduardo Cunha na Câmara e lamentou a reeleição de Renan Calheiros no Senado, mas avalia que os dois resultados prejudicam o PT


	A presidente Dilma Rousseff: Dilma terá dificuldades de reorganizar a sua base aliada
 (Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas)

A presidente Dilma Rousseff: Dilma terá dificuldades de reorganizar a sua base aliada (Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 09h55.

Brasília - A oposição comemorou a vitória de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara e lamentou a reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado.

Mas a avaliação de parlamentares é que os dois resultados prejudicam o PT. Na Câmara, os oposicionistas afirmam que o fato de o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), ter obtido uma votação pouco expressiva indica que a presidente Dilma Rousseff terá dificuldades de reorganizar a sua base aliada.

A avaliação que predominou foi a de que o governo não conseguiu impedir a chegada de um desafeto da presidente ao mais alto comando da Câmara mesmo após usar todas as armas.

"Eduardo Cunha vencer era previsível, mas o governo passou um vexame", avaliou o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA). Segundo ele, o PSDB entregou os votos que prometeu ao candidato do PSB, Júlio Delgado (MG), mas a eleição não foi para o segundo turno porque Chinaglia teve um desempenho abaixo do esperado.

A expectativa dos oposicionistas agora é que Cunha, mesmo sendo do PMDB, mantenha uma posição de independência em relação ao governo e ajude a aprovar pautas que desagradem ao Palácio do Planalto, como a instalação de uma nova CPI para investigar o esquema de corrupção na Petrobras.

No Senado, a oposição fez questão de creditar a vitória de Renan aos 13 senadores do PT, que decidiram por unanimidade apoiar o senador alagoano.

Ironia

"Acho que o senador Renan deve uma palavra especial de agradecimento à bancada do PT, que, mais do que a do PMDB, garantiu a sua vitória", afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), logo após o resultado.

A avaliação da oposição é que o PT vai ser julgado pela opinião pública caso o nome de Renan seja um dos citados pelo Ministério Público Federal. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, trabalha com fevereiro como prazo final para pedir a abertura de inquéritos ou apresentar denúncias contra os parlamentares envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. O novo líder do DEM, senador Ronaldo Caiado, disse que "o PT quis reelegê-lo (Renan) para ele acobertar tudo isso que está acontecendo."

Eduardo Cunha também foi citado na Lava Jato pelo doleiro Alberto Youssef como beneficiário do esquema. Ele e Renan rechaçam o envolvimento de seus nomes. Sobre a reeleição de Renan, Aécio disse esperar que o peemedebista seja, neste segundo mandato que se inicia, mais um presidente do Poder Legislativo do que um aliado do Palácio do Planalto.

No ano passado, ele acusou o senador alagoano de atuar a serviço do governo Dilma Rousseff. "O Congresso Nacional não pode continuar a ser um puxadinho do Palácio do Planalto", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosDilma RousseffGoverno DilmaMDB – Movimento Democrático BrasileiroOposição políticaPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresRenan CalheirosSenado

Mais de Brasil

Defesa de Bolsonaro diz estar 'surpresa' com ordem de prisão de domiciliar

'Estou inconformado', diz Valdemar da Costa Neto sobre prisão domiciliar de Bolsonaro

'Não vi problema em postar': Flávio diz que Moraes responsabilizou Bolsonaro por ações de terceiros