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PF pede investigação contra ministro do Trabalho Manoel Dias

Segundo o Estadão, inquérito concluiu que há indícios da participação de Dias em esquema para empregar militantes do PDT como funcionários “fantasmas”


	Manoel Dias (PDT): o ministro do Trabalho pode ser investigado por participar de esquema de fraude em contratação de funcionários
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Manoel Dias (PDT): o ministro do Trabalho pode ser investigado por participar de esquema de fraude em contratação de funcionários (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2014 às 12h31.

São Paulo – Conclusão de inquérito feito pela Polícia Federal aponta indícios da participação do ministro do Trabalho, Manoel Dias, em esquema para empregar militantes do seu partido, o PDT, como funcionários "fantasmas". A informação é de reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A PF pediu a abertura de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro. Em resposta ao jornal, Manoel Dias nega encolvimento nas irregularidades e diz não temer a abertura de um inquérito: "Nunca me envolvi em corrupção", disse. Ele atribuiu as acusações de um ex-dirigente do partido a "fogo amigo".

O ex-presidente do diretório estadual do PDT em Santa Catarina, John Sievers, afirmou que recebia salário mensal da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Tijucas e Itajaí Mirim (ADRVale), ONG comandada por pedetistas. Na prática, porém, Sievers disse que prestava, em 2008, serviços à Universidade Leonel Brizola, braço do partido para formação política da militância.

"Quem me passou (as orientações) foi o Manoel (Dias). Meu salário foi pago através da ADRVale", afirmou Sievers ao Estadão.

O ex-dirigente entregou à Polícia Federal extratos bancários com valores pagos pela ADRVale que variam de R$ 800 a R$ 1.335, entre fevereiro e outubro de 2008. Outros pedetistas também afirmaram que constavam da folha de pagamentos da instituição, sem nunca ter trabalhado para ela.

De acordo com a PF, apesar de questionado, Manoel Dias sonegou informações do convênio e não enviou dados sobre a análise da prestação de contas da Pasta.

Como o ministro possui foro privilegiado, caberá à Justiça Federal em Santa Catarina decidir se envia ou não o caso ao Supremo Tribunal Federal, única instituição que pode incluir Dias como investigado no caso.

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