Agência de notícias
Publicado em 10 de agosto de 2025 às 11h02.
O Partido Liberal (PL) emitiu uma nota, neste sábado, 9, para expressar apoio aos 12 parlamentares denunciados à Corregedoria da Câmara por participarem do motim que obstruiu o Congresso na última quarta-feira. Assinada por Valdemar Costa Neto, presidente do partido, a manifestação afirma que o motim no plenário teve "caráter pacífico e legítimo".
De acordo com Valdemar, os deputados agiram "pela responsabilidade de representar milhões de brasileiros" nos debates sobre a pauta da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A nota ressalta, ainda, o compromisso do partido "com a democracia, a harmonia entre os Poderes e com o exercício pleno das prerrogativas parlamentares".
Nesta sexta-feira, em reunião, a Mesa Diretora da Câmara tratou do motim que obstruiu o plenário por cerca de 30 horas. Ao todo, 14 congressistas foram alvos da denúncia encaminhada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), à Corregedoria da Casa. Caso a representação seja aprovada, os envolvidos poderão ter seus mandatos suspensos por até seis meses.
"Confiamos no devido processo legal e nas instâncias competentes para que se reconheça a legitimidade de suas ações", diz a nota em apoio aos deputados denunciados.
Análise: pressionado pela oposição, pelos governistas e pelo Centrão, Motta vive um dilema
Além dos parlamentares da oposição, a deputada Camila Jara (PT-MS), da base do governo e denunciada pelo PL por empurrar Nikolas Ferreira (PL-MG) no plenário, também terá o caso avaliado pela Corregedoria, mas não consta na listagem por não ser representada por obstruir os trabalhos.
Após ser comunicada, a Corregedoria da Câmara tem 48 horas para responder aos pedidos de suspensão de mandato. Se aprovada, a decisão vai para a Mesa Diretora, que encaminha ao Conselho de Ética — este tem três dias úteis para votar. Se não houver recurso ao plenário, a ação é confirmada.
A paralisação feita por bolsonaristas só teve fim na quarta-feira, cerca de duas horas depois do horário combinado previamente com Motta, que era de 20h30. Diante da falta de acordo, o chefe da Casa tentou retomar a sessão mesmo assim, mas enfrentou dificuldades para tomar seu lugar devido à obstrução bolsonarista.