Brasil

Processo que envolve Temer não abala governabilidade, diz Fux

O ministro do STF afirmou que o processo vai tramitará, as defesas vão ser realizadas e o país "vai continuar a funcionar normalmente"

Luiz Fux: "O país está funcionando e vai continuar a funcionar normalmente" (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

Luiz Fux: "O país está funcionando e vai continuar a funcionar normalmente" (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de junho de 2017 às 18h13.

São Paulo - Após defender que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve levar em consideração a governabilidade do país em todas as decisões, o ministro Luiz Fux disse a jornalistas que a tese não significa defender a absolvição do presidente da República, Michel Temer, no processo aberto pelas delações da JBS.

A Procuradoria-Geral da República terá até a próxima segunda-feira, 26, para apresentar uma denúncia contra Temer, que precisa ser autorizada pela Câmara dos Deputados para se transformar em um processo no Supremo Tribunal Federal.

O ministro disse que a governabilidade do país estará preservada durante a tramitação do processo.

"Tenho a sensação de que isso não vai abalar de forma alguma a governabilidade do país. O processo vai tramitar, as defesas vão ser realizadas, o país está funcionando e vai continuar a funcionar normalmente", disse o magistrado, em entrevista coletiva, após dar uma palestra em São Paulo sobre o papel moderador do Supremo no atual cenário nacional.

Delações

Autor de um dos votos que formou maioria na Suprema Corte para manter a validade das delações da JBS, o ministro afirmou que o julgamento interrompido na quinta-feira vai fortalecer o instituto da delação premiada no Brasil e evitar que colaboradores deixem de firmar acordos com medo da insegurança jurídica.

"Esse julgamento foi realizado num momento muito oportuno, que temos várias delações já homologadas, e só veio fortalecer a impossibilidade de revisão das delações", afirmou. O julgamento, na visão do ministro, traz "tranquilidade" ao colaborar.

"Se se tornar revisível a cláusula e os benefícios, eu acho que o que pode ocorrer é que alguns colaboradores queiram se retratar e aí cria um ambiente de insegurança."

O ministro se disse contra a possibilidade de revisar os acordos de colaboração na sentença do julgamento, como defendeu no julgamento o ministro Ricardo Lewandowski.

Fux repetiu a defesa que fez no STF afirmando que apenas a eficácia dos acordos é que pode ser avaliada na sentença.

"O que não pode é suprimir os benefícios, o que o colaborador ofereceu, se tudo correr conforme o termo de compromisso."

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaJBSJustiçaMichel TemerSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Câmara aprova projeto que altera regra de progressão de pena para condenados por crime hediondo

Governo apresenta ao STF plano para ressarcir aposentados que tiveram descontos indevidos

Castração química para estupradores: projeto avança na Câmara; entenda proposta

São Paulo e Rio de Janeiro registram a tarde mais fria do ano nesta quarta-feira