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PT é favorito para vencer eleições municipais deste domingo

Lula, que escolheu a dedo Haddad assim como também tinha feito quando impôs ao PT a candidatura de Dilma Rousseff para sucedê-lo na Presidência

Fernando Haddad no debate da TV Bandeirantes, durante o segundo turno das eleições de SP (Divulgação/Band)

Fernando Haddad no debate da TV Bandeirantes, durante o segundo turno das eleições de SP (Divulgação/Band)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2012 às 17h41.

São Paulo - Os dois candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições do próximo domingo encerraram nesta sexta-feira suas campanhas em rádio e televisão com mensagens que reforçaram a queda de braço entre Governo e oposição para assumir a maior cidade do país.

Fernando Haddad, do PT, a quem as pesquisas dão como favorito para vencer no domingo no segundo turno, recorreu a seu mentor político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para aumentar seu favoritismo.

"A maioria dos paulistanos descobriu algo que eu já sabia: Haddad é o melhor candidato", afirmou Lula (2003-2010) no programa de rádio de seu afilhado político.

Lula, que escolheu a dedo Haddad assim como também tinha feito quando impôs ao PT a candidatura de Dilma Rousseff para sucedê-lo na Presidência, sonha bater de novo o PSDB.

São Paulo monopoliza a atenção entre os 50 municípios que terão segundo turno no domingo, devido ao forte antagonismo entre PT e PSDB.

Essa rivalidade ganhou desta vez mais força porque o adversário de Haddad é o ex-ministro de Planejamento e de Saúde José Serra, um dos principais líderes do PSDB e que foi derrotado por Lula e por Dilma nas presidenciais de 2002 e 2010.

Serra, no entanto, foi quem venceu nas municipais de 2004 a então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, que aspirava à reeleição.

Apesar de Serra ter sido foi o mais votado no primeiro turno, no qual obteve 30,75% dos votos, as pesquisas assinalam que Haddad, que teve 28,98%, é agora amplo favorito para vencer, o que, se for confirmado, será uma grande vitória para Lula.


As duas pesquisas mais importantes realizadas no início desta semana atribuem ao candidato apoiado por Lula intenções de voto de 49%, enquanto Serra aparece com 36% em uma pesquisa e com 34% na outra.

Uma provável vitória em São Paulo significará, além disso, a cereja no bolo do desempenho do PT nas municipais deste ano.

O partido de Lula e de Dilma foi o que mais votos obteve no primeiro turno e o que mais cresceu em número de Prefeituras entre as grandes legendas.

Os candidatos do PT foram escolhidos prefeitos em 624 municípios, contra 550 no primeiro turno das municipais de 2008.

O PT disputará a Prefeitura em 22 das 50 cidades que terão segundo turno e as pesquisas o assinalam como claro favorito em sete delas, incluindo São Paulo, enquanto em que outras oito seus candidatos estão tecnicamente empatados com os adversários.

O PSDB disputará 16 Prefeituras no domingo e só aparece como claro favorito em Teresina, capital do estado do Piauí.

O segundo turno está previsto para os municípios com mais de 200 mil eleitores, entre eles 17 capitais, nos quais nenhum candidato obteve a metade mais um dos votos no primeiro turno.

O PT pode sair fortalecido das municipais justamente no momento em que seus dirigentes, incluindo o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, foram condenados por ter sido os chefes do esquema do mensalão.

"Diversos estudos mostram que os brasileiros atribuem a corrupção a pessoas e não a partidos. O julgamento afeta Dirceu mas não Haddad", disse à Efe o analista político Luciano Dias, diretor da Consultoria Política, ao explicar o paradoxo.

Segundo Dias, "o crescimento do número de Prefeituras está vinculado principalmente ao apoio do Governo nacional", tal como ocorreu com o PSDB nas municipais de 1996 e 2000, quando ocupava a Presidência brasileira, e com o PT nas de 2004 e 2008, acrescentou o analista.

Serra usou os escândalos de corrupção do PT para ganhar o eleitorado e nesta sexta-feira voltou a fazer referência a seu "passado limpo" nos programas de rádio, mas a julgar pelas pesquisas, essa mensagem não causa impacto perante o prestígio com o qual Lula impulsiona Haddad. 

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