Coronel Tadeu: como suplente do PL em SP, ele poderá assumir agora o lugar de Zambelli (Reproduções)
Agência de notícias
Publicado em 4 de junho de 2025 às 12h49.
O ex-deputado Coronel Tadeu (PL-SP) poderá ocupar a cadeira deixada por Carla Zambelli (PL-SP) na Câmara, após o anúncio de afastamento dela do cargo feito nesta terça-feira, 3. Ela está fora do país, depois de ser condenada no mês passado a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A vaga agora poderá ser preenchida pelo policial militar de São Paulo, punido no passado por quebrar uma placa exibida no Congresso que protestava contra a morte da população negra.
Eleito pela primeira vez em 2018, com 98.373 votos, Coronel Tadeu migrou do PSL para o PL junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ganhou notoriedade no ano seguinte ao rasgar uma charge do cartunista Latuff que fazia referência ao episódio em que um jovem negro foi morto por um tiro disparado por PM.
O quadro "Genocídio da população negra” estava exposto na Câmara. Em 2021, o Conselho de Ética da Casa aprovou por 12 a 5 a imposição de uma censura verbal ao deputado.
Em 2022, ele chegou a concorrer novamente, mas não foi eleito. À época, ele foi alocado no gabinete do senador Marcos Pontes (PL-SP), onde recebia o salário de 11,4 mil por mês como assessor parlamentar. Nas redes, ele se define como "conservador, patriota e piloto de helicóptero", usando na descrição do perfil o lema "Deus, pátria e família", usado no governo Bolsonaro.
Como suplente do PL em SP, ele poderá assumir agora o lugar de Zambelli, que anunciou nesta terça-feira que pedirá o afastamento da função por estar fora do país.
— Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscar um tratamento médico e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo (...) Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso — afirmou.
No mês passado, a deputada foi condenada pelo STF a dez anos de prisão por falsidade ideológica e invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Durante o julgamento do caso pela Primeira Turma, o relator, o ministro Alexandre de Moraes, apontou que o hacker Walter Delgatti, a mando de Zambelli, inseriu pelo menos 16 documentos falsos na rede eletrônica do órgão público.
De acordo com o magistrado, uma das provas consistia em um arquivo acessado pela deputada segundos após ter sido criado por Delgatti em seu computador. Moraes decidiu, então, pela condenação dela e teve a decisão referendada por outros integrantes do colegiado na apreciação do caso em plenário virtual. Ao receber a sentença, a deputada afirmou, em entrevista coletiva a jornalistas, que "não sobreviveria na cadeia".