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São Paulo perde 63,3% dos estrangeiros em 2 décadas

Especialistas dizem que Rio e São Paulo deixaram de ser os únicos locais atrativos para estrangeiros no Brasil

São Paulo passa por momento de esvaziamento de antigas colônias (Jurema Oliveira/Wikimedia Commons)

São Paulo passa por momento de esvaziamento de antigas colônias (Jurema Oliveira/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2011 às 09h49.

São Paulo - Foi graças aos imigrantes que São Paulo se tornou o maior Estado do Brasil, em termos populacionais e econômicos. O território paulista representou o principal destino dos mais de 6 milhões de estrangeiros que chegaram ao País nos séculos 19 e 20. Mas, nas últimas duas décadas, essa tendência se inverteu. Desde 1991, o número de estrangeiros que residem em São Paulo caiu de 337,4 mil para 206,6 mil - uma queda de 63,3%.

Os dados são do Censo Demográfico de 2010, coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo especialistas, eles refletem uma grande mudança no perfil da atração internacional do Brasil. "Os locais hoje procurados para a imigração mudaram, há uma distribuição espacial maior dos estrangeiros pelo País. Não é só mais Rio e São Paulo que oferecem as melhores oportunidades", diz o professor Duval Magalhães, doutor em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Além disso, tem o fato de que o estoque de imigrantes de lugares como São Paulo está acabando. Os italianos e japoneses que vieram no outro século ou são idosos ou já morreram."

Em São Paulo, a cidade tradicionalmente com mais mistura de raças e etnias do Brasil, isso se reflete em um esvaziamento das antigas colônias. A presidente da Associação Cultural Brasil-Líbano, Lody Brais, conta que a enorme colônia de libaneses no País, concentrada especialmente em São Paulo, sente cada vez mais a queda de imigrantes recentes. "A quantidade de gente vindo para cá diminuiu muito. Hoje os jovens libaneses migram principalmente para o Oriente Médio e para a Austrália, para onde já vão com emprego garantido. Não vêm mais para tentar a vida", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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