Agência de notícias
Publicado em 9 de junho de 2025 às 15h08.
Última atualização em 9 de junho de 2025 às 15h42.
O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou medidas extras de segurança para os interrogatórios dos réus da ação penal da trama golpista, que serão iniciados nesta segunda-feira, 9. A principal foi a instalação de um detector de metais na entrada da Primeira Turma, onde ocorrerão os depoimentos.
Os copos disponíveis para quem quiser beber água, que geralmente são de vidro, foram substituídos nesta segunda por uma versão de papel. Além disso, os microfones que serão utilizados pelos advogados foram presos em cada mesa.
Serão interrogados os oito réus do primeiro núcleo da trama golpista. Todos estão já na sala da Primeira Turma, com exceção do ex-ministro Braga Betto, que está preso e vai depôr por videoconferência. Além de Cid e Braga Netto, fazem parte do grupo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sério Nogueira (Defesa), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o tenente-coronel Mauro Cid.
Os interrogatórios ocorrem na sala da Primeira Turma do STF, e todos os réus participam presencialmente, com exceção do ex-ministro Walter Braga Netto, que está preso preventivamente, no Rio de Janeiro, e por isso acompanha por videoconferência.
Os depoimentos estão marcados para ocorrer durante todos os dias desta semana. Caso haja necessidade, podem continuar na próxima semana.
Cid é o primeiro a falar por ter feito um acordo de delação premiada. Como o conteúdo de sua fala pode ser utilizada na acusação contra os demais réus, a legislação determina que o delator seja ouvido primeiro, para que os outros saibam o conteúdo.
Depois, a ordem seguida é a alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Em cada interrogatório, o primeiro a fazer perguntas é o ministro Alexandre de Moraes, seguido pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Depois, a defesa do próprio réu faz questionamentos. Os advogados dos demais réus também podem elaborar perguntas, seguindo a ordem alfabética.
Todos os réus podem optar por ficar em silêncio e essa decisão não pode ser utilizada para prejudicar eles. O réu também pode escolher responder algumas perguntas e outras não, ou responder somente os questionamentos elaborados pelo seu advogado.
Os oito alvos são réus por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.