Brasil

Temer tenta acordo em PL das desonerações

O governo negocia com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, a diminuição do número de setores econômicos que terão um tratamento diferenciado


	Vice-presidente Michel Temer: o político luta por um projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamentos
 (Antonio Cruz/ABr)

Vice-presidente Michel Temer: o político luta por um projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamentos (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2015 às 13h59.

Brasília - O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) está reunido no início da tarde desta terça-feira, 16, com ministros de Estado e líderes da base na Câmara dos Deputados para tentar fechar um acordo que possibilite a votação do projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamentos.

Ontem, após um encontro preliminar entre Temer, ministros e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o titular da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que o Planalto e o PMDB estavam "muito próximos" de um entendimento.

Segundo apurou o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, o governo negocia com o relator da proposta e líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), a diminuição do número de setores econômicos que terão um tratamento diferenciado na proposição.

O peemedebista queria que quatro segmentos fossem excluídos do alcance do projeto, que foi editado em março e que entre outros pontos aumenta as alíquotas de recolhimento das empresas incluídas no regime especial de tributação de 1% para 2,5%, principalmente para a indústria, e de 2% para 4,5%, para serviços.

Após as conversas, no entanto, fontes informaram que o relatório de Picciani deve manter em situação mais vantajosa apenas as áreas de comunicação social e de transportes, além dos call centers.

Fora isso, eles não devem ficar totalmente preservados do aumento de tributos, mas com uma recomposição de alíquota intermediária.

O líder peemedebista, por outro lado, já sinalizou que concorda em não estabelecer uma data a partir da qual as mudanças passarão a valer.

Com isso, as novas alíquotas teriam eficácia a partir do cumprimento da noventena obrigatória para mudanças em legislação tributária, o que permitiria ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, obter receitas com o retorno das alíquotas ainda neste ano.

Picciani, que não participou da reunião de ontem à noite, está presente ao encontro hoje. Estão com ele Temer, outros líderes de bancada na Câmara e os ministros Levy, Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Carlos Gabas (Previdência).

Resistências

O fato de Picciani, fiel escudeiro de Cunha, estar negociando seu relatório diretamente com o Planalto irritou integrantes da bancada do PMDB, que agora ameaçam votar contra o parecer.

O deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) esteve hoje mais cedo na Vice-Presidência e avisou que não aceita que determinados setores sejam beneficiados de forma seletiva e que, caso os termos do parecer de Picciani sejam mantidos, vai organizar um movimento dentro da bancada para derrubar o texto.

Segundo ele, o único segmento que deveria receber um tratamento diferenciado é o de transportes. "Já dei o recado", disse Quintão.

O Palácio do Planalto espera que os acertos costurados entre ontem e hoje viabilizem a análise do texto ainda nesta semana.

Acompanhe tudo sobre:Eduardo CunhaMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Governo Lula quer fim da obrigatoriedade de autoescola para tirar CNH ainda este ano

Lula veta trecho de lei que reduzia pena mínima para lavagem de dinheiro

STF encerra interrogatório de 31 réus da trama golpista

Brasil tem duas cidades entre as 10 melhores da América da Latina para estudar; saiba quais são