Brasil

USP, Unesp e Unicamp devem entrar em greve hoje

Professores, alunos e servidores protestam contra o congelamento dos salários na instituição em 2014


	USP: representantes das três instituições ainda prometem um ato hoje
 (Marcos Santos/USP Imagens)

USP: representantes das três instituições ainda prometem um ato hoje (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 09h01.

São Paulo - Professores, funcionários e alunos da Universidade de São Paulo (USP) entram em greve nesta terça-feira, 27, contra o congelamento dos salários na instituição em 2014.

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em parte da Universidade Estadual Paulista (Unesp), as três categorias também decidiram cruzar os braços. Professores da USP e da Unicamp não faziam greve geral desde 2009.

Quase mil representantes das três instituições ainda prometem um ato hoje à tarde na Assembleia Legislativa, na zona sul, onde haverá audiência sobre a crise das universidades.

A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), de oposição ao governo estadual (PSDB), também coleta assinaturas para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue a crise na USP. Das 32 assinaturas necessárias, 25 haviam sido recolhidas até ontem.

Pelo alto comprometimento das receitas com salários, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp) propôs, há duas semanas, reajuste zero para docentes e servidores neste ano, o que levou às greves.

A situação crítica da USP, que gasta 105% dos repasses com salários, foi a que mais pesou na decisão. Segundo o Cruesp, o reajuste das categorias será rediscutido entre setembro e outubro.

Na Unesp, onde a greve começou na semana passada, 13 das 34 unidades têm paralisação parcial de docentes e servidores. Segundo a instituição, os câmpus mantinham as atividades essenciais até ontem.

Embora a greve dos servidores da Unicamp tenha começado sexta-feira, a instituição afirmou que o funcionamento é normal na maioria das 22 unidades.

Já o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp estima adesão de ao menos 60% da categoria à greve, que terá participação dos docentes a partir de hoje. Professores, funcionários e alunos de cada unidade da USP decidiam sobre a adesão à greve geral até a noite de ontem.

Saldo em queda.

A meta fixada pela USP era usar R$ 573,7 milhões de suas reservas durante o ano. Desse total, 62,47% já foram gastos só nos quatro primeiros meses de 2014.

Como gasta com salários mais do que recebe do Tesouro Estadual, a universidade planejou consumir parte de sua poupança para equilibrar as contas e bancar atividades, como pesquisa e extensão. No mês passado, o saldo da poupança da instituição era de R$ 2,31 bilhões.

O consumo rápido das reservas neste ano se deu pelo alto montante de restos a pagar e outros débitos deixados pela gestão de João Grandino Rodas. Em janeiro, o atual reitor, Marco Antonio Zago, assumiu com R$ 417 milhões de dívidas dos anos anteriores.

Como ainda eram compromissos assumidos pelo antecessor, o congelamento de obras e contratações, proposto por Zago em fevereiro, não impediu a queima de reservas. A expectativa da reitoria é desacelerar os gastos da reserva nos próximos meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Ensino superiorFaculdades e universidadesGrevesUnicampUSP

Mais de Brasil

Governo Lula quer fim da obrigatoriedade de autoescola para tirar CNH ainda este ano

Lula veta trecho de lei que reduzia pena mínima para lavagem de dinheiro

STF encerra interrogatório de 31 réus da trama golpista

Brasil tem duas cidades entre as 10 melhores da América da Latina para estudar; saiba quais são