Rio Bonito do Iguaçu: tornado causou destruição na cidade do interior do Paraná ( Jonathan Campos/AEN/Divulgação)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 8 de novembro de 2025 às 10h45.
Última atualização em 8 de novembro de 2025 às 11h45.
O tornado que atingiu o interior do estado do Paraná nesta madrugada e deixou ao menos seis mortos teve ventos de 250 km/h. A informação é do governador do estado, Ratinho Jr. (PSD), que decretou estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu na manhã deste sábado, 8.
Segundo a Defesa Civil local, 10 mil pessoas foram afetadas na cidade, que fica na região Centro-Sul do estado.
"O Simepar ainda está em estudo, mas nos últimos 30, 40 anos, não se tinha visto um tornado com essa força: um tornado nível 3, com ventos acima de 250km/h", afirmou o governador.
"É difícil que alguma casa ou prédio comercial fique de pé. Vimos silos gigantescos e postos de gasolina indo ao chão", complementou.
Segundo ele, foi uma "catástrofe sem muitos precedentes na história do Paraná". "Agora, cabe a nós nos solidarizar com as famílias e preparar uma força-tarefa para a reconstrução", afirmou Ratinho Jr.
Segundo Ratinho Jr., o estado de calamidade pública permitirá dar mais agilidade no processo de resgate e auxílio ao município.
“Desde o início dos primeiros casos relatados pela população, a gente já começou a movimentar as equipes do Interior e também da Capital, principalmente para atender a população desabrigada. Ao longo da noite, também acionamos os hospitais da região, deslocamos ambulâncias para Cascavel e tropas de Londrina e Cascavel para reforçar os atendimentos. Por volta das 4h da manhã, foram chegando mais equipes”, afirmou o governador.
"Decretei o estado de calamidade pública, que nos permite dar mais celeridade aos atendimentos e à liberação de recursos", disse. "Já determinei que a Cohapar estude estratégias para a reconstrução das moradias e estamos preparando alojamentos para garantir o amparo às famílias."
Com cerca de 14.000 habitantes e localizada a 400 quilômetros de Curitiba, a cidade teve aproximadamente 80% de sua área urbana danificada, segundo a Defesa Civil.
Entre os 432 atendimentos realizados, nove pessoas ficaram gravemente feridas — algumas precisaram passar por cirurgia. As autoridades não descartam a possibilidade de que ainda haja vítimas sob os escombros.
Até a noite de sexta-feira, o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) classificava o tornado como F2, quando os ventos ficam entre 180km/h e 250km/h.
O órgão, no entanto, já afirmava existirem indícios de que a velocidade teria ultrapassado essa velocidade em algumas localidades. Quando os ventos passam de 253km/h, eleva-se a categoria do tornado para F3, de risco "severo".
As rajadas de vento causaram quedas de árvores inteiras e de casas de alvenaria. O último boletim divulgado pelo governo do Paraná indica que seis pessoas morreram por conta do fenômeno, sendo que um dos óbitos aconteceu em Guarapuava. Duas pessoas estão desparecidas.
Hospitais da região de Laranjeiras do Sul, Guarapuava e Cascavel estão mobilizados para o atendimento às vítimas das fortes chuvas.
Até o momento, 437 pessoas foram atendidas pelos serviços de saúde mobilizados na região. A Defesa Civil enviou para a cidade 2600 telhas, 1200 cestas básicas, 565 colchões, 270 kit higiene, 204 kit limpeza, 150 kit dormitório e 54 bobinas de lona.
O governo federal anunciou, na madrugada deste sábado, o envio de equipes para Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, devastada por um tornado que deixou pelo menos cinco mortos na última sexta-feira, 7.
Em postagem no X, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, prestou solidariedade às vítimas e disse que o governo oferecerá "ajuda humanitária" e "apoio às ações de reconstrução".
"Já estou em contato com os prefeitos Sezar Bovino e Jaison (Laranjeiras do Sul), orientando sobre os procedimentos para o decreto de situação de emergência", escreveu o ministro.