Brasil

Votação de mudança da meta fiscal pode liberar emendas

Decreto 8.367/2014 que aumenta recursos disponíveis para gastos de vários ministérios este ano condiciona emendas à aprovação da mudança fiscal


	Dilma Rousseff: governo já reconheceu que não conseguirá chegar à meta de R$ 80,7 bilhões de superávit primário no próximo ano
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: governo já reconheceu que não conseguirá chegar à meta de R$ 80,7 bilhões de superávit primário no próximo ano (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 10h36.

Brasília - A votação do Projeto de Lei 36/2014, que flexibiliza a meta fiscal, marcada para hoje (2), terá novo componente político: o decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira (28) que condiciona a distribuição de emendas parlamentares à aprovação da matéria.

O Decreto 8.367/2014, publicado em edição extra do Diário Oficial da União de sexta-feira, aumenta de R$ 7,8 bilhões para R$ 10,032 bilhões os recursos disponíveis para gastos de vários ministérios este ano.

Desse total, R$ 444 milhões são reservados para atender a emendas de deputados e senadores. No entanto, os repasses dos recursos aos parlamentares “ficam condicionados à publicação da lei resultante da aprovação do PLN 36 de 2014”, de acordo com o texto.

O PLN 36/2014 retira da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 o teto de abatimento da meta de superávit. A regra atual diz que o governo pode abater até R$ 67 bilhões da meta, com base nos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e das desonerações tributárias concedidas aos setores produtivos. O projeto prevê que, este ano, essa limitação de abatimento seja retirada.

O governo já reconheceu que não conseguirá chegar à meta de R$ 80,7 bilhões de superávit primário no próximo ano e que a conta fechará em pouco mais de R$ 10,1 bilhões.

O superávit primário – dinheiro usado para pagar os juros da dívida pública a partir da economia feita entre o que o governo arrecada e o que gasta, incluindo investimentos - é um dos termômetros usados pelos investidores. O cumprimento dessa meta é uma sinalização positiva de que o governo é capaz de honrar compromisso e está menos vulnerável a calotes,

Caso o PLN 36/2014 não seja aprovado, o decreto de Dilma prevê que o “o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Ministério da Fazenda elaborarão novo relatório de receitas e despesas e encaminharão nova proposta de decreto”.

A votação está prevista para as 18h e até lá o governo redobrará esforços em torno de um acordo para tentar harmonizar o clima na base aliada e convencer a oposição a não obstruir a sessão - promessa feita por parlamentares do DEM e do PSDB desde que o texto chegou ao Congresso.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffPersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilLegislaçãoCongressoGoverno

Mais de Brasil

Hugo Motta diz que Câmara vota IR na quarta mesmo sem acordo sobre anistia

Governo prevê repasse para universidades e agências federais 53% menor em 2026 do que em 2014

Ibama aprova simulação da Petrobras na Margem Equatorial, último passo para licença de exploração

Lula diz que reunião com Trump ocorrerá 'o mais rápido possível e vai correr bem'