Por meio de dashboards dinâmicos, relatórios preditivos e análises em tempo real, o RH consegue acompanhar a evolução de habilidades (Getty Images)
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Publicado em 3 de novembro de 2025 às 13h00.
Dentro de um cenário onde quase todas as empresas estão investindo em inteligência artificial, mas, com apenas 1% delas acreditando ter alcançado maturidade no tema, de acordo com relatório da McKinsey, as possibilidades no mercado profissional estão em uma profunda mudança.
Dados do Work Change Report do LinkedIn sobre o assunto, indicam que:
Para Guilherme Luz, CEO da Galena, empresa que atua junto aos RHs com foco no desenvolvimento profissional, o alerta é claro: se as pessoas e organizações não acompanharem essa curva exponencial de transformação da tecnologia, não ficarão apenas para trás, como também enfrentarão desafios críticos como a falta de mão de obra qualificada em um mercado cada vez mais competitivo.
“É necessário fechar a lacuna de prontidão ao desenvolver nas pessoas as habilidades mais urgentes para seus papéis. Ao aplicar IA de forma prática e de alto impacto, pode-se transformar cada colaborador em um multiplicador de produtividade com IA”, explica Luz.
A velocidade das mudanças reforça a relevância do desenvolvimento baseado em habilidades, isto é, colocar as habilidades no centro do aprendizado.
Esse modelo rompe com a lógica tradicional de treinamentos generalistas e de carreiras lineares e foca em preparar profissionais para desenvolver as habilidades que são necessárias para lidar com os desafios reais e imediatos do trabalho.
Nesse contexto, Luz destaca três direcionamentos no quais o RH deve focar para aliar a IA ao desenvolvimento centrado em habilidades:
O primeiro passo é ter clareza sobre o ponto de partida. Com o apoio IA, é possível mapear e organizar as habilidades atuais de cada colaborador, compará-las com as habilidades exigidas para seu cargo e conectá-las aos objetivos de carreira.
Em vez de diretrizes genéricas, a tecnologia oferece diagnósticos precisos, apontando quais são as habilidades-alvo de cada pessoa e permitindo ao RH direcionar investimentos de forma muito mais estratégica.
Se no passado os programas de desenvolvimento eram generalistas e massificados, a IA agora possibilita uma abordagem individualizada.
A personalização radical coloca o colaborador no centro da jornada de aprendizagem, levando em conta sua trajetória, ritmo de aprendizado, aspirações de carreira e até preferências de formato (vídeos, mentorias, projetos práticos etc.).
Com isso, cada profissional tem uma trilha adaptada ao seu momento e às necessidades da empresa, criando um alinhamento entre interesse individual e estratégia organizacional.
Esse nível de customização aumenta engajamento, acelera o desenvolvimento e fortalece a retenção de talentos, já que o colaborador percebe valor direto e imediato no que está aprendendo.
Por fim, a aplicação de people analytics garante que todo o processo seja constantemente medido e aprimorado.
Por meio de dashboards dinâmicos, relatórios preditivos e análises em tempo real, o RH consegue acompanhar a evolução de habilidades, identificar padrões de comportamento e antecipar riscos, como queda de engajamento ou escassez de competências críticas em determinadas áreas.
Essa visibilidade estratégica permite não apenas reagir a problemas, mas antecipar tendências, planejar investimentos com mais precisão e fortalecer a cultura de desenvolvimento contínuo.
Além disso, ao substituir suposições por dados sólidos, o RH ganha maior credibilidade junto à alta liderança e se posiciona como parceiro estratégico na transformação do negócio.