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A importância das redes de apoio para a liderança feminina

O futuro das mulheres em posições de liderança depende da criação de um ecossistema que permita que todas as vozes sejam ouvidas, respeitadas e valorizadas

Redes de apoio impulsionam mulheres em posição de liderança (Morsa Images/Getty Images)

Redes de apoio impulsionam mulheres em posição de liderança (Morsa Images/Getty Images)

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Publicado em 16 de maio de 2025 às 15h00.

Por Karla Martins* 

Quando o assunto é liderança feminina no mundo dos negócios, as mulheres enfrentam uma série de desafios que dificultam sua ascensão a cargos de gestão, refletindo barreiras históricas e culturais que precisam ser reconhecidas e combatidas. A maternidade acrescenta uma dificuldade ainda maior. Isso se deve, em parte, a estereótipos que associam características de liderança ao masculino, reforçando a ideia de que as mulheres, principalmente as mães que precisam atender a demandas de seus filhos, não estão aptas a ocupar esses papéis. 

Nesse contexto, as redes de apoio emergem como um elemento fundamental para que as mães possam não apenas superar os obstáculos, mas também alcançar posições de destaque e liderar com excelência. As redes de apoio se referem tanto ao suporte físico que as mães recebem no cuidado com os filhos, como creches, escolas e até mesmo familiares e amigos que auxiliam na rotina, quanto em grupos externos que oferecem um espaço seguro para que as mães compartilhem suas experiências, dúvidas e desafios, promovendo um sentimento de pertencimento e acolhimento. As redes podem oferecer suporte emocional e prático, permitindo que as mães se sintam mais confiantes e capazes de lidar com as demandas da maternidade e da carreira. 

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Stanford em 2020 com um grupo de 500 mães que trabalhavam em tempo integral, revelou que aquelas com redes de apoio mais fortes apresentavam 40% menos probabilidade de burnout e 25% mais chances de receber promoções. Esses resultados demonstram que o apoio social é um fator crucial para que as mães possam lidar com as demandas da maternidade e com as exigências da carreira e alcançar seus objetivos profissionais. 

No entanto, apesar dos benefícios evidentes das redes de apoio, muitas mães ainda enfrentam dificuldades para construir e manter essas relações. A falta de tempo, a sobrecarga de responsabilidades e o estigma associado à busca por ajuda são alguns dos obstáculos mais comuns. Além disso, as mulheres de grupos minoritários, como mulheres negras, latinas e LGBTQIA+, enfrentam desafios adicionais para encontrar o apoio que atenda às suas necessidades específicas. 

A responsabilidade das empresas no apoio às mães 

As empresas podem desempenhar um papel importante na construção de redes de apoio para mães trabalhadoras, ao considerar iniciativas que favoreçam a conciliação entre vida pessoal e profissional. Programas como licenças parentais estendidas, horários flexíveis e espaços adequados à amamentação são exemplos de boas práticas adotadas por muitas organizações que buscam promover um ambiente mais inclusivo e saudável. 

Além disso, algumas empresas têm investido em serviços de apoio emocional, como atendimento psicológico individual ou em grupo, o que pode contribuir significativamente para o bem-estar das colaboradoras que vivenciam os desafios da maternidade. Embora tais iniciativas não sejam uma regra, elas refletem uma crescente valorização da diversidade e do equilíbrio entre as diferentes dimensões da vida profissional e pessoal. 

No que diz respeito ao desenvolvimento de carreira, conectar mães a lideranças experientes por meio de programas de mentoria e capacitação, é uma estratégia que pode oferecer suporte relevante à trajetória profissional dessas mulheres. A ampliação dessas oportunidades contribui para ambientes mais equitativos e colaborativos, beneficiando toda a organização. 

Caminhos para a Equidade de Gênero em cargos de liderança 

As empresas têm um papel crucial em criar redes de apoio que não apenas acolham, mas também que empoderem essas mulheres, permitindo que elas prosperem tanto em suas vidas pessoais quanto profissionais. É importante o reconhecimento de que a maternidade não deve ser um impedimento, mas sim uma experiência que enriquece a liderança. 

Para que essa mudança ocorra de maneira efetiva, é necessário que as organizações adotem políticas inclusivas e ofereçam recursos que atendam às necessidades específicas das mães trabalhadoras. Isso inclui desde a implementação de horários flexíveis até a promoção de programas de mentoria que conectem mães a líderes experientes. Ao fazer isso, as empresas não apenas promovem um ambiente de trabalho mais equitativo, mas também se beneficiam de uma força de trabalho mais motivada e produtiva. Portanto, o futuro das mulheres em posições de liderança depende da criação de um ecossistema que valorize e apoie a diversidade, permitindo que todas as vozes sejam ouvidas, respeitadas e valorizadas. 

*Karla Martins é Diretora Jurídica da SPAR Brasil, empresa referência em merchandising de varejo, com presença em mais de 60 mil pontos de venda em todo o território nacional. 

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