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Avanço da conectividade em áreas rurais impulsiona adoção da IoT no agronegócio brasileiro

Ainda há desafios, mas avanço é destaque do setor pois a grande vantagem da IoT é a tomada de decisão em tempo real

45% das empresas do agronegócio no Brasil recorrem à IoT (Imagem gerada por IA)

45% das empresas do agronegócio no Brasil recorrem à IoT (Imagem gerada por IA)

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Publicado em 8 de setembro de 2025 às 10h00.

Por Giancarlo Fasolin*

A Internet das Coisas (IoT) está transformando o agronegócio ao conectar dispositivos e sensores e permitindo o monitoramento em tempo real de diversos aspectos da produção, desde o clima e o solo até as máquinas. Essa tecnologia impulsiona a agricultura de precisão, otimizando o uso de recursos, aumentando a produtividade e promovendo a mitigação do impacto ambiental no campo.

Trata-se de tudo o que pode estar ligado à internet, como processos, etapas do ciclo de produção e maquinário, visando promover e fomentar o uso da internet nas operações. Além da velocidade, a internet permite a precisão das informações. E a tomada de decisão imediata faz com que qualquer correção necessária seja feita no momento da operação e não depois. 

A grande vantagem da IoT é a tomada de decisão em tempo real, aumentando a disponibilidade da agricultura de precisão ao produtor. Com isso, é possível realizar a pulverização seletiva, a operação do piloto automático e a aplicação variável de defensivos. Ou seja, o trabalho previamente definido será realizado com a ajuda da conectividade e a transmissão de dados será contínua, com a internet atuando o tempo todo.

De acordo com um estudo realizado pela empresa de consultoria PwC, tecnologias emergentes, como sensores de IoT e drones, já estão sendo utilizadas para melhorar a tomada de decisões. Sensores distribuídos em lavouras monitoram itens como umidade do solo e temperatura em tempo real, permitindo ajustes automáticos e aumentando a eficiência do uso de insumos. 

Com esse avanço, segundo a consultoria e com base em dados do Índice Transformação Digital Brasil (ITDBr), 45% das empresas do agronegócio no Brasil recorrem à IoT, um percentual muito acima da média geral de 9% para todos os setores. Apesar dos dados promissores, essa transformação digital no campo encontra um grande desafio: a baixa conectividade em áreas rurais. Isso reforça a importância de políticas públicas, estudos e parcerias público-privadas visando impulsionar a transformação digital do agronegócio brasileiro.

Desafios e conectividade no país

A evolução do agronegócio brasileiro está condicionada a desafios climáticos, avanços tecnológicos e pressões regulatórias por práticas mais sustentáveis. Nesse sentido, de acordo com a PwC, barreiras como a falta de infraestrutura no campo, de capacitação da mão de obra e de governança de dados estruturada ainda limitam o pleno potencial das inovações, exigindo investimentos contínuos e planejamento estratégico. 

Algumas iniciativas vêm surgindo para driblar esse desafio, como o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), instituído pelo Decreto nº 9.854/2019. Ele tem como objetivo orientar o desenvolvimento e a implementação da IoT no Brasil, promovendo a livre concorrência e a livre circulação de dados, com foco em segurança e proteção de dados. O plano busca melhorar a qualidade de vida, aumentar a eficiência dos serviços, capacitar profissionais, impulsionar a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras, além de aumentar a integração do país no cenário internacional da IoT. 

O projeto-piloto "IoT Agronegócio Inteligente" é um dos estudos que integra as ações do Plano Nacional de Internet das Coisas. Entre as soluções baseadas em IoT, ele testou a telemetria embarcada em máquinas agrícolas em propriedades rurais no Mato Grosso e contou com a participação de empresas como a AGCO, sendo a avaliação técnica e econômico-financeira coordenada pela FIA Business School.

Entre 2021 e 2023, sensores instalados no maquinário monitoraram em tempo real variáveis como consumo de combustível, rotações por minuto (RPM) e rendimento por hectare. Nesse período, o projeto registrou uma redução de 23% no consumo de diesel e um aumento de 43,36 para 51,74 hectares na área média trabalhada por dia. Além da economia em custos operacionais, os resultados representam um grande potencial para a contribuição na descarbonização do agro.

*Giancarlo Fasolin é gerente sênior de Marketing Estratégico PTx América do Sul.

 

 

 

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