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Gestão Sustentável na COP30 - Dia 2: O planeta vai continuar por aqui. Precisamos salvar as pessoas

A COP30 reforça a urgência de colocar as pessoas no centro da ação climática e das políticas públicas  

COP30, em Belém, será palco de oportunidade histórica do Brasil (Anderson Coelho/Getty Images)

COP30, em Belém, será palco de oportunidade histórica do Brasil (Anderson Coelho/Getty Images)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Diretor-geral da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 10h00.

Última atualização em 12 de novembro de 2025 às 10h10.

No segundo dia da COP30, em Belém, o calor humano da sociedade civil se fez ouvir.

Um dos muitos protestos organizados no entorno do evento trazia uma mensagem simples e poderosa: “pessoas em primeiro lugar”.

Em meio a negociações técnicas e anúncios institucionais, esse grito resume o que talvez seja a questão mais importante da conferência — a urgência de colocar a vida no centro da ação climática.

Declaração de Belém reforça a conexão entre clima e justiça social

Ontem, durante um evento ministerial de alto nível, foi apresentada a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, assinada por 44 países.

O documento propõe medidas concretas para fortalecer a proteção social, apoiar pequenos produtores e promover transição justa em regiões sensíveis.

Trata-se de um reconhecimento claro de que não há justiça climática sem justiça social — e de que combater a fome e a pobreza deve caminhar junto com o enfrentamento da crise climática.

Tecnologia e políticas públicas como instrumentos da justiça climática

As políticas públicas são, evidentemente, o principal instrumento para responder a esse desafio.

Mas a tecnologia pode — e deve — desempenhar um papel importante.

O Brasil apresentou iniciativas nessa direção, como sistemas de alerta para riscos de eventos extremos, capazes de salvar vidas e reduzir perdas em comunidades vulneráveis.

Cooperação internacional e inovação digital em destaque

Na mesma linha, Ana Toni, diretora-executiva da COP30, anunciou o Green Digital Action Hub, plataforma que reúne 82 países e organizações globais, entre elas o Banco Mundial e a União Europeia, para integrar soluções digitais às ações climáticas.

É um passo relevante para conectar inovação tecnológica, cooperação internacional e impacto social — três dimensões que raramente caminham juntas, mas que precisam se encontrar para que a transição seja, de fato, justa.

Agricultura regenerativa como via para sustentabilidade e inclusão

Outro tema que vem ganhando destaque em Belém é a agricultura regenerativa, apontada como uma via prática para unir produtividade, preservação e desenvolvimento humano.

Casos apresentados por diferentes países mostram que é possível produzir mais, restaurar ecossistemas e gerar renda — tudo ao mesmo tempo.

O verdadeiro foco da justiça climática: salvar as pessoas

Enquanto as negociações avançam e as promessas são discutidas, o lembrete das ruas continua ecoando: o planeta, em si, vai continuar.

O que está em jogo é a sobrevivência e o bem-estar das pessoas.

A COP30 precisa ser lembrada como o momento em que entendemos, de uma vez por todas, que salvar o clima é salvar vidas.

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