Produção de biometano se torna ativo estratégico para instituições financeiras (Kontrast-fotodesign/Getty Images)
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Publicado em 25 de novembro de 2025 às 13h00.
Os investimentos em biometano tornaram-se via estratégica dentro da meta brasileira de descarbonização total até 2050. Produzido por meio de resíduos orgânicos, o combustível pode acelerar a transição energética no Brasil.
Liderando os investimentos no setor, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou investimento direto no valor de R$ 85,8 milhões na Bioo Investimentos e Participações S.A.
O aporte foi realizado por meio da subsidiária integral do banco, a BNDES Participações S.A. (BNDESPAR). Ele é acompanhado de investimento adicional da Flying Rivers Capital.
A operação integra a retomada da atuação do Banco em renda variável, com foco em inovação e economia verde, e resultará na participação do BNDES de 19,9% do capital social da Bioo.
“Com esse investimento, o BNDES contribui para uma transição ecológica justa. Cada planta de biometano da empresa poderá reduzir emissões de CO2 em volume equivalente ao gerado pelo consumo energético anual de até 20 mil residências”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O projeto faz parte da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP).
A iniciativa conecta projetos brasileiros a uma extensa rede de instituições financeiras na mobilização de capital público e privado em escala, direcionado ao financiamento de iniciativas alinhadas às metas nacionais de descarbonização.
Hoje, a BIP conta com um pipeline de 16 projetos selecionados que totalizam cerca de US$ 23 bilhões em investimentos potenciais.
“O mercado brasileiro de biometano vive um momento de inflexão e a entrada de mais um investidor de referência, como a BNDESPAR, reforça a solidez da nossa tese e nos permite replicar o sucesso da nossa primeira planta, em Triunfo (RS), expandindo o mesmo modelo para novas regiões do Brasil”, diz Maurício Cótica, CEO da Bioo.
Os recursos permitirão o desenvolvimento de duas novas Centrais de Tratamento Integrado de Resíduos em regiões com alta disponibilidade de resíduos e demanda crescente por energia renovável e insumos sustentáveis.
A primeira planta da Bioo entrou em operação no segundo semestre de 2025 com o fornecimento de biometano para a Sulgás em um contrato de longo prazo.
“O Brasil reúne condições únicas para impulsionar esse avanço do biometano, com sua escala agroindustrial, abundância de resíduos e uma demanda crescente por energia limpa. A Bioo representa exatamente o tipo de ativo que buscamos: negócios que transformam desafios estruturais em eficiência, inovação e valor”, conclui Luciana Antonini Ribeiro, fundadora e CEO da Flying Rivers Capital.