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Medicamentos usados como emagrecedores podem representar até 9% dos gastos com saúde corporativa

Alto custo por paciente, forte apelo comercial e uso fora dos critérios clínicos ideais levantam alertas sobre a sustentabilidade dos programas corporativos de saúde

Medicamentos da classe GLP-1

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Publicado em 14 de julho de 2025 às 07h00.

Os medicamentos da classe GLP-1 aqueles usados no tratamento da diabetes, mas que se popularizaram como emagrecedores – podem representar estar representando até 9% dos gastos em saúde corporativa

É o que aponta um levantamento recente da Funcional Health Tech. Em algumas empresas que oferecem Benefício Farmácia (BF), Programas de Benefício em Medicamentos (PBM) e Programas de Suporte ao Paciente (PSP), essa categoria concentrou até 15% de todo o gasto nesses produtos.

Com 25 anos e braço especializado em programas de benefícios em saúde, a empresa descobriu com o estudo que o perfil e o comportamento de quem utiliza análogos de GLP-1 é distinto dos demais pacientes com diabetes.

  • 34,8% dos pacientes são dependentes, com destaque para mulheres jovens, o que pode indicar motivações estéticas em alguns casos.
  • O uso desses medicamentos tem maior penetração em pessoas com idade entre 40 e 59 anos (59% dos usuários) e entre 18 e 24 anos (24%). 

Pessoas estão usando a saúde corporativa para experimentar esses medicamentos?

A hipótese de que o uso irregular dos medicamentos a fim de tratamentos para emagrecimento é reforçada pela análise da faixa etária que mais o consumo e da recorrência das aquisições. 

“Esses medicamentos se tornaram ‘objetos de desejo’, impulsionados por forte apelo comercial e promessas de perda de peso rápida. Diante desse cenário, é essencial uma gestão com governança, que una controles mais rígidos e práticas de compliance a uma jornada de acesso fluida e centrada no paciente”, diz Marcelo Miranda, Diretor de Varejo e Distribuição da Funcional Health Tech

Empresas precisam voltar atenção aos benefícios de saúde corporativa

O custo mensal de tratamento com esses medicamentos pode ultrapassar R$ 1400 por paciente, exigindo atenção redobrada quanto à sustentabilidade dos programas corporativos e ao uso alinhado às diretrizes clínicas e regulatórias.

“O problema não está no medicamento, que é altamente eficaz quando bem indicado, e sim em uso indiscriminado e sem supervisão médica. Esse uso sem critério traz riscos sérios e também representa uma ameaça concreta à sustentabilidade dos sistemas de saúde. Boa medicina não é sobre acesso irrestrito, é sobre acesso responsável, baseado em dados, governança e critérios clínicos rigorosos”, conclui o Dr. Alexandre Vieira, Diretor Médico da Funcional Health Tech.

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