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Opinião: Gás do Povo é uma parceria que garante o futuro energético do Brasil

O êxito dependerá, sobretudo, da força da parceria entre governo, setor privado e sociedade

Somente juntos conseguiremos transformar o acesso ao GLP (Marcello Casal/Agência Brasil)

Somente juntos conseguiremos transformar o acesso ao GLP (Marcello Casal/Agência Brasil)

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Publicado em 8 de setembro de 2025 às 15h00.

Por Celso Rocha*

O lançamento do programa Gás do Povo, que substituirá o Auxílio Gás, representa mais do que uma nova política pública; é um marco histórico na luta contra a pobreza energética no Brasil. Apesar dos avanços, a pobreza energética ainda é uma realidade no Brasil. 

De acordo com o Balanço Energético Nacional, a lenha representa 22% da matriz energética residencial brasileira e milhões de famílias ainda dependem da lenha para cozinhar. O uso de biomassa para cocção é uma prática comum, principalmente em residências de baixa renda. Um estudo da EPE de 2019 mostrou que 50% dos mais pobres da população brasileira (classes D1 a D5) consumiam cerca de 80% da biomassa utilizada para cozinhar no país.

Esse uso da lenha, que muitos vêem apenas como uma alternativa de “baixo custo”, é, na verdade, um sério desafio para a saúde das famílias brasileiras. A queima da biomassa em ambientes internos libera um “coquetel químico” de poluentes, incluindo material particulado fino, monóxido de carbono, metais pesados e fuligem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a poluição do ar dentro de casa cause 3 milhões de mortes prematuras anualmente no mundo. No Brasil, estudos já associam a inalação crônica da fumaça da biomassa a doenças como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e câncer de pulmão.

Nesse contexto, o GLP surge não apenas como um produto

Ele surge como uma ferramenta de saúde e segurança. Diferente da lenha, a combustão do GLP é mais limpa, gerando principalmente vapor d'água e dióxido de carbono, sem os subprodutos tóxicos. Substituir a lenha pelo GLP é uma medida proativa de saúde pública, com o potencial de reduzir drasticamente os custos futuros com o tratamento de doenças crônicas em nosso sistema de saúde.

As empresas do setor de gás que são parceiras desses programas precisam de investimentos robustos, infraestrutura logística eficiente e medidas rigorosas de segurança. Um exemplo é a Nacional Gás, que vai usar sua capilaridade para levar o GLP para todo o país, apoiada por uma rede de revendedores capaz de alcançar a maioria dos lares de forma ágil e segura. 

A empresa estima um CAPEX de aproximadamente R$ 350 milhões, destinado à aquisição de botijões, ampliação da logística e adoção de protocolos de segurança. Hoje, o setor comercializa cerca de 35,7 milhões de botijões de 13 kg por mês, com tempo médio de entrega de 17 minutos, garantindo que políticas públicas de auxílio social cheguem com eficiência a todo o território nacional.

O novo programa garante que o benefício seja utilizado para a compra exclusiva do botijão

 Essa "tutela social da destinação específica do recurso" é um alinhamento estratégico fundamental que demonstra um compromisso de longo prazo com a erradicação da pobreza energética, e dados do Sindigás estimam que o programa seja capaz de reduzir o consumo da lenha em 50%, favorecendo a saúde de milhões de brasileiros.

O programa Gás do Povo pretende ampliar o número de famílias beneficiadas de 5,1 milhões para até 15,5 milhões, com a meta de distribuir 58 milhões de botijões até 2026. Com R$ 5,1 bilhões já reservados no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2026, o governo e o setor privado dão um passo decisivo para transformar o acesso ao gás em um "direito garantido".

Estamos prontos para esse desafio. O êxito do Gás do Povo dependerá, sobretudo, da força da parceria entre governo, setor privado e sociedade. É dessa união de esforços que nasce a efetividade: políticas públicas bem estruturadas, apoiadas por uma rede logística sólida e pela confiança das comunidades. Somente juntos conseguiremos transformar o acesso ao GLP em uma realidade para todas as famílias brasileiras, promovendo inclusão, saúde e qualidade de vida de forma duradoura.

*Celso Rocha é Diretor Superintendente da Nacional Gás – Revenda

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