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São João se firma como ativo estratégico para marcas se conectarem com a cultura brasileira

Tradição, regionalidade e engajamento popular fazem das festas juninas um ativo valioso para o marketing de grandes empresas

Show de Tonfil no Pátio de São Pedro no São João de Recife, apoiado pelo Kwai (Mauricio Ferry/PCR/Divulgação)

Show de Tonfil no Pátio de São Pedro no São João de Recife, apoiado pelo Kwai (Mauricio Ferry/PCR/Divulgação)

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Publicado em 8 de julho de 2025 às 07h00.

Muito mais do que quadrilhas, fogueiras e comidas típicas, o São João está se tornando um dos maiores motores da economia brasileira. De acordo com o Ministério do Turismo, a expectativa para 2025 é de que os festejos juninos – que acabam se estendendo até julho – movimentem quase R$ 7,5 bilhões em todo o país e atraiam 24 milhões de pessoas, superando até mesmo o Carnaval em gastos e popularidade.

O impacto vem de várias frentes: turistas que viajam para cidades festivas, aumento nos gastos com alimentação, roupas típicas, shows, decoração, hospedagem e outros. O período aquece toda a cadeia produtiva: desde grandes redes de supermercados e marcas de moda até pequenos produtores, cozinheiras, costureiras e artesãos que se preparam o ano inteiro para esse momento.

Marcas usam o São João para gerar conexão

As marcas têm percebido o potencial do São João como oportunidade de conexão com o consumidor brasileiro. O segredo parece estar em ir além do branding e ativar campanhas com relevância cultural, propósito e autenticidade. Em 2025, o Kwai, app de vídeos curtos, reforçou essa abordagem sendo o app oficial do São João de Recife e apoiando os eventos de Caruaru, Petrolina e Campina Grande. 

Além do patrocínio com as prefeituras, o aplicativo possibilitou que todos os os usuários, em todos os cantos do Brasil, aproveitassem aos shows e conteúdos exclusivos, exibindo mais de 100 horas de live streaming, com a participação de 50 influenciadores locais e parcerias com grandes marcas como LUX, Maizena, Bombril, SmartFit e Itaipava.

A relação da plataforma com o São João não é recente. Desde 2010, o Kwai aproveita o período para reforçar seu posicionamento como a marca que é a cara do Brasil, valoriza a cultura local, aposta nas regionalidades e busca amplificar vozes autênticas. Outro exemplo disso é o “Canta Kwai”, reality show musical criado em parceria com a HitLab, que enaltece novos artistas focados em ritmos tipicamente nordestinos, como forró, arrocha, piseiro e brega. O projeto impulsiona talentos locais e gera conteúdo original, reforçando o vínculo da marca com a cultura popular.

Outro exemplo é o da Propeg, agência que assina a campanha da Quina de São João, das Loterias Caixa. Inspirada nos tradicionais bonecos mamulengos e cenários de papel machê, a campanha reforça a estética popular e celebra os ícones das festas juninas por meio de uma comunicação visual afetiva e acessível.

Tecnologia, inclusão e tradição no mesmo palco

As festas juninas e julinas também têm sido usadas como terreno fértil para lançamentos de produtos e ativações tecnológicas. O will bank, banco digital com mais de 9 milhões de clientes, escolheu o São João de Campina Grande como palco para o lançamento do will pay, solução que transforma o celular de autônomos em maquininha, sem necessidade de CNPJ, permitindo vendas no crédito, débito, pix e link de pagamento.

Para apresentar o produto na prática, o banco convidou Risonalda Pereira da Silva, a Sorriso, vendedora há 29 anos no São João, para ser o rosto da campanha. Ela ganhou uma barraca personalizada no espaço da marca e participou de ações como a distribuição de pulseiras de LED interativas no show de João Gomes e um espetáculo de drones em homenagem a Elba Ramalho, reforçando o vínculo do banco com as pessoas e com a cultura nordestina.

São João como território para a sustentabilidade

Já a Novelis, multinacional de reciclagem e laminação de alumínio, viu nos festejos juninos uma oportunidade para reforçar seu compromisso e impulsionar a sustentabilidade. Durante os eventos em Recife e Sairé, a empresa realizou a coleta e compra de latinhas de alumínio, alcançando cerca de 10 mil toneladas ao fim das festividades. A ação mostra que as marcas podem ativar suas causas mesmo em ambientes festivos, contribuindo para a redução de resíduos e reforçando compromissos institucionais.

Essa interseção entre sustentabilidade, cultura e entretenimento é uma tendência crescente. Ações como essa ampliam a relevância da marca aos olhos de consumidores cada vez mais atentos às práticas ambientais e sociais das empresas.

Festas juninas são cultura, e cultura é estratégia

A cultura brasileira é um patrimônio vivo, e o São João é uma de suas manifestações mais vibrantes. Marcas que compreendem esse valor têm a chance de criar conexões reais com os consumidores, promovendo experiências que unem entretenimento, tradição e propósito. 

O São João é mais do que uma festa: é um terreno fértil para estratégias de branding, engajamento e transformação social. Os exemplos citados evidenciam como a combinação de influenciadores, música, transmissões ao vivo e curadoria cultural pode gerar impacto e conversão.

Marcas que desejam expandir sua presença nacional devem considerar o São João como uma plataforma estratégica, não apenas como uma ação pontual. Tal qual o Natal é planejado com meses de antecedência por grandes players, o período junino também merece atenção, investimento e protagonismo dentro das agendas de marketing.

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