Fundadores da Bindwell usam IA para acelerar a criação de novos pesticidas (Charles ORear/USDA)
Redatora
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 12h00.
Última atualização em 17 de novembro de 2025 às 12h12.
Tyler Rose, de 18 anos, e Navvye Anand, de 19, decidiram levar para o campo uma lógica típica da indústria farmacêutica: usar técnicas avançadas de descoberta de moléculas para resolver problemas agrícolas.
A iniciativa chamou a atenção de um dos nomes mais influentes do Vale do Silício, Paul Graham, cofundador da aceleradora Y Combinator, que passou a acompanhar o trabalho da dupla, segundo o TechCrunch.
A ideia surgiu durante o Wolfram Summer Research Program — um programa intensivo de duas semanas e meia criado para aprimorar as habilidades de programação e solução de problemas de estudantes do ensino médio.
Foi nesse ambiente de experimentação acelerada, em 2023, que Tyler e Navvye começaram a desenvolver modelos de IA capazes de prever a interação entre proteínas e ligantes. Um desses projetos deu origem ao PLAPT, modelo que mais tarde seria citado em um artigo da Nature Scientific Reports sobre novas abordagens para terapias oncológicas.
No ano seguinte, eles passaram a testar como essa mesma base tecnológica poderia acelerar a descoberta de novos pesticidas, um setor pressionado pela resistência crescente das pragas, pela perda de produtividade nas lavouras e por exigências regulatórias mais duras.
Ingresso no Y Combinator, porém, não trouxe o interesse esperado das grandes agroquímicas.
A estratégia de vender ferramentas de IA esbarrou na relutância das empresas em adotar modelos de ponta como parte central do processo químico.
A guinada ocorreu no quintal da casa de Paul Graham, em uma conversa de 45 minutos durante sua participação no Y Combinator. O investidor sugeriu que eles deixassem de vender tecnologia e focassem na criação das próprias moléculas.
Segundo a empresa, o conjunto opera quatro vezes mais rápido que o AlphaFold 3, permitindo analisar “bilhões” de moléculas.
Enquanto a indústria ainda depende de testes extensos em laboratório, a Bindwell afirma conseguir reduzir o processo a alvos proteicos específicos, ausentes em humanos e espécies benéficas.
O objetivo é desenvolver pesticidas mais precisos e menos nocivos. Os primeiros testes estão em andamento no laboratório próprio, em San Carlos, com validação externa conduzida por parceiros.
A nova abordagem atraiu uma rodada captação de US$ 6 milhões, co-liderada por General Catalyst e A Capital, além de um cheque pessoal de Graham.
O plano é fechar os primeiros acordos de licenciamento em até um ano e avançar para testes de campo na Índia e na China.
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