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Adidas, Meta e Boeing lideram demissões em 2025 impactadas por inteligência artificial

Setores como tecnologia, mídias e companhias aéreas anunciaram cortes de funcionários até 2027; Algumas empresas atribuíram o lay off aos avanços da inteligência artificial

Adidas: empresa anunciou um corte de 9% dos funcionários na Alemanha. (Foto/Getty Images)

Adidas: empresa anunciou um corte de 9% dos funcionários na Alemanha. (Foto/Getty Images)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 19 de junho de 2025 às 06h31.

Com o avanço das inteligências artificiais e chats bot que conseguem simular trabalhos realizados por humanos, é natural que o mundo corporativo comece a se adaptar às novas tecnologias e reestruturar equipes ao redor do mundo.

Dario Amodei, CEO da Anthropic, alertou em maio que metade dos empregos ao nível júnior já poderiam ser substituídos pela IA. "Nós, como desenvolvedores dessa tecnologia, temos o dever e a obrigação de sermos honestos sobre o que está por vir. Não acho que as pessoas estejam percebendo isso", relatou.

Empresas como Morgan Stanley, Disney, Intel e Meta estão entre as que continuam promovendo demissões em 2025, mantendo a tendência de cortes significativos observada nos últimos dois anos nos setores de tecnologia, mídia, finanças, manufatura, varejo e energia, segundo levantamento realizado pelo Business Insider.

Embora os motivos para a redução de equipes variem, muitas dessas decisões ocorrem em meio às transformações tecnológicas. Uma pesquisa recente do Fórum Econômico Mundial revelou que 41% das empresas esperam reduzir suas equipes nos próximos cinco anos, motivadas pelo avanço da inteligência artificial. Empresas como CNN, Dropbox e Block já atribuíram cortes de empregos ao impacto da IA. Apesar disso, funções em big data, fintech e IA devem dobrar até 2030, segundo o WEF.

Confira abaixo os principais cortes de equipes anunciados em 2025:

  • Adidas: em janeiro, a empresa anunciou a redução de até 500 empregos na sede em Herzogenaurach, Alemanha, representando quase 9% da equipe local.

  • Ally: a empresa de serviços financeiros digitais está demitindo cerca de 500 dos seus 11.000 funcionários, com a meta de "dimensionar corretamente a empresa".

  • Automattic: dona do WordPress e Tumblr, a Automattic demitirá 16% de sua equipe global, cerca de 240 pessoas, para aumentar a produtividade, rentabilidade e capacidade de investimento.

  • BlackRock: a gigante de investimentos cortou cerca de 200 dos seus 21.000 funcionários para realinhar os recursos com sua estratégia.

  • Block: a fintech de Jack Dorsey, dona do Square, CashApp e Tidal, demitirá quase 1.000 funcionários, além de rebaixar 200 gestores e encerrar 800 posições.

  • Blue Origin: a empresa espacial de Jeff Bezos cortou 10% de sua força de trabalho, o que equivale a mais de 1.000 funcionários, com o objetivo de acelerar produção e lançamentos.

  • Boeing: a empresa anunciou a demissão de 400 postos ligados ao programa lunar Artemis devido a atrasos e aumento de custos. As demissões ocorrerão até abril de 2025.

  • BP: a petroleira britânica cortou 4.700 funcionários e 3.000 contratados no início de 2025, como parte de um plano de simplificação e redução de custos.

  • Bridgewater: o fundo de investimentos cortou 7% da sua força de trabalho, aproximadamente 90 pessoas, para manter-se enxuto.

  • Chevron: a companhia petrolífera planeja eliminar entre 15% e 20% da força de trabalho global até 2026, o que pode resultar em até 9.000 demissões.

  • CNN: a emissora cortou cerca de 200 cargos focados em televisão, cerca de 6% da força total, com o objetivo de reforçar a atuação digital.

  • Coty: dona de marcas como Calvin Klein e Kylie Cosmetics, a empresa anunciou a demissão de 700 postos em abril para economizar US$ 130 milhões por ano.

  • Disney: a gigante do entretenimento confirmou a demissão de várias centenas de funcionários, principalmente nas áreas de marketing e desenvolvimento. Também houve cortes em março, incluindo 200 pessoas do grupo ABC News.

  • Estée Lauder: a empresa de cosméticos anunciou, em fevereiro, que cortará entre 5.800 e 7.000 empregos como parte de uma reestruturação em dois anos.

  • Grubhub: após ser vendida por US$ 650 milhões, a empresa cortou 500 funcionários, mais de 20% da força de trabalho.

  • Hewlett Packard Enterprise (HPE): a HPE cortará 2.500 funcionários (5%) nos próximos 12 a 18 meses para alinhar custos e estratégia de longo prazo.

  • Johns Hopkins University: a universidade anunciou a demissão de mais de 2.000 pessoas após perder US$ 800 milhões em financiamento da USAID.

  • Kohl’s: reduziu 10% dos cargos corporativos, impactando menos de 200 funcionários diretamente, enquanto fecha 27 lojas.

  • Meta: em fevereiro, a empresa iniciou cortes de cerca de 5% do quadro, principalmente nas áreas de Facebook, Horizon e logística. Já foram mais de 21 mil demissões desde 2022.

  • Microchip Technology: demitiu cerca de 2.000 pessoas e anunciou o fechamento da unidade de Tempe, no Arizona, impactando 500 postos.

  • Microsoft: em janeiro, realizou cortes sem oferecer indenizações, atingindo principalmente as áreas de vendas e games.

  • Porsche: em março, anunciou a eliminação de 3.900 empregos até 2029, com os primeiros 2.000 sendo com o fim de contratos temporários.

  • Salesforce: demitiu mais de 1.000 pessoas em fevereiro, apesar dos bons resultados financeiros. A empresa segue contratando para áreas de IA.

  • Sonos: anunciou a demissão de 200 pessoas após falhas no lançamento de um aplicativo e a saída do CEO.

  • Southwest Airlines: em fevereiro, anunciou a demissão de 1.750 funcionários corporativos, a primeira grande rodada de cortes em sua história.

  • Starbucks: em fevereiro, demitiu 1.100 funcionários corporativos, mas os cortes não afetaram funcionários de lojas físicas.

  • Workday: cortou 1.750 pessoas (8,5% da equipe) para focar em IA e crescimento internacional, garantindo pelo menos 12 semanas de pagamento.

  • Stripe: demitiu 300 funcionários, principalmente em engenharia, operações e produto, apesar de planejar crescimento da equipe total.

  • The Washington Post: eliminou menos de 100 cargos fora da redação em janeiro como parte de uma reestruturação para maior sustentabilidade.

  • UPS: anunciou, em abril, o corte de 20.000 empregos (4% da força de trabalho) e o fechamento de 73 prédios nos EUA. A meta é automatizar 400 unidades e reduzir dependência de mão de obra.

  • Wayfair: em março, anunciou o fechamento do centro de tecnologia em Austin e a demissão de 340 funcionários de tecnologia.

  • Geico: reduziu a força de trabalho de 50.000 para 20.000 funcionários, sem detalhar o período.

  • PwC: começou, em maio, a demitir cerca de 1.500 pessoas nos EUA (2%), devido à baixa rotatividade nos últimos anos.

  • CrowdStrike: demitiu 500 funcionários (5%) como parte de um plano estratégico, com custos estimados entre US$ 36 e US$ 53 milhões.

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