Carreira

'Aprendi que liderar não é decidir sozinha, é criar pontes de confiança', diz CEO da Nivea Brasil

Ana Bógus já passou pelo RH antes de ocupar a cadeira de presidente da multinacional alemã e hoje fala sobre como é possível o RH ser estratégico para o sucesso de uma companhia

Ana Bógus, CEO da Beiersdorf Brasil (dona das marcas NIVEA e Eucerin): “A magia está em fazer com as pessoas" (NIVEA/Divulgação)

Ana Bógus, CEO da Beiersdorf Brasil (dona das marcas NIVEA e Eucerin): “A magia está em fazer com as pessoas" (NIVEA/Divulgação)

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 06h04.

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“A verdadeira magia está em fazer com as pessoas. Porque o negócio não é o fim — ele é o reflexo de quem o constrói. O resultado é só consequência de gente que acredita, colabora e entrega junto”, diz Ana Bógus, CEO da Beiersdorf Brasil (dona das marcas NIVEA e Eucerin), que foi palestrantes durante o Clube CHRO da EXAME, realizado nesta quarta-feira, 15, no restaurante “Varanda”, em São Paulo.

O Clube CHRO foi criado para gerar troca de conhecimento entre C-Levels de RH de grandes companhias. Desde junho de 2023, ele acontece em São Paulo e reúne profissionais de destaque para discutir tendências e práticas no ambiente corporativo. O evento conta com o patrocínio exclusivo da Alelo.

A seguir, veja as lições de liderança de Ana Bógus, CEO da Nivea Brasil, que passou pelo departamento de RH e é a primeira mulher a liderar a operação da companhia no país.

Clube CHRO de outubro contou com C-Levels de RH de diferentes setores e com a palestra de Ana Bógus, CEO da Beiersdorf Brasil, dono da Nivea (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)

Uma CEO que passou pelo RH

A passagem pela área de gestão de pessoas transformou a forma de Bógus de enxergar liderança, resultados e cultura organizacional. “Não existe negócio sem pessoas. E o papel do líder é criar um ambiente em que elas possam florescer”, afirma.

A executiva, que completa mais de 30 anos de carreira, começou como secretária aos 18 anos no Banco Bamerindus. Depois de uma década no setor financeiro e de se tornar a primeira mulher gerente na área comercial da Nestlé, passou 12 anos na Kimberly-Clark, onde viveu uma virada inesperada: assumiu o cargo de diretora de RH.

“Foi o período mais desafiador e, ao mesmo tempo, mais transformador da minha carreira.”

O desafio do RH estratégico

Foi nessa cadeira que Bógus aprendeu o que chama de “liderar por influência” — habilidade que, segundo ela, define o RH estratégico moderno.

“O RH não executa nada sozinho. Ele precisa influenciar líderes, diretores e o middle management para que a cultura realmente aconteça na prática”, conta.

A experiência a preparou para cargos de presidência e moldou a sua forma de conduzir negócios. “Aprendi que liderar não é decidir sozinha, é criar pontes de confiança,” diz Bógus.

De volta ao setor de bens de consumo, agora à frente da Beiersdorf Brasil, Bógus defende que o RH deve estar na mesa de decisões não como convidado, mas como protagonista.

“Durante muito tempo o RH precisou se convidar para as conversas. Hoje, ele precisa se empoderar dessas conversas. É ele quem conecta estratégia, cultura e performance.”

Veja também: ‘Como professor eu aprendi todas as características de liderança’, diz CEO da Nestlé Brasil

Paz, coragem e curiosidade

Durante o encontro, Ana também refletiu sobre o impacto da inteligência artificial no trabalho e nas lideranças.

“A IA vai mudar o arquétipo das organizações, mas o papel do RH é ser o guardião da paz, porque só em paz a gente consegue agir com coragem e curiosidade,” afirma.

As empresas, segundo a CEO, vivem um momento de complexidade, e o RH deve ajudar os CEOs e conselhos a encontrar equilíbrio entre produtividade, propósito e humanidade.

O legado que fica

A executiva também resumiu o que quer deixar como marca de sua liderança. “Meu legado é fazer as pessoas acreditarem mais nelas depois que passaram pela minha jornada. O negócio muda, os resultados mudam, mas o impacto humano fica.”

O clube CHRH foi criado em junho de 2023 e desde então reúne C-Levels de RH que buscam com o encontro se tornarem cada vez mais estratégicos para suas companhias (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)

 

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