CFO ou diretor financeiro (Marcos Santos/USP Imagens)
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Publicado em 23 de junho de 2025 às 14h00.
Construir uma carreira sólida em Finanças requer muito mais do que habilidades técnicas. Para quem deseja conquistar posições de liderança na área, como a de CFO (Chief Financial Officer), é essencial dominar também competências estratégicas e comportamentais.
A trajetória rumo à cadeira de gestão máxima na área financeira pode ser estruturada em três etapas de desenvolvimento profissional. Ela se inicia com um foco técnico e pragmático, característico do cargo de analista, e evolui progressivamente até a posição de diretoria, estágio em que o CFO passa a atuar como business player.
O início da carreira em Finanças é marcado pelo desenvolvimento técnico. Nos primeiros cinco a seis anos, o profissional precisa focar na aprendizagem do dia a dia e buscar conteúdos que complementem sua formação. Isso significa ir além dos treinamentos oferecidos pela empresa e ser proativo na busca por conhecimento por meio de livros, cursos, palestras e experiências práticas.
Mas não basta ter apenas conhecimento técnico. O analista também precisa demonstrar interesse, atitude e flexibilidade para se destacar. A escuta ativa, a humildade e a disposição para se envolver em projetos são fundamentais para que os gestores percebam seu potencial.
Para acelerar o crescimento, uma estratégia eficiente é construir relações com profissionais mais experientes. Conectar-se com coordenadores e entender como o funcionamento de outras áreas da empresa pode ampliar a visão de negócio e criar oportunidades de aprendizado. Além disso, transitar entre as subáreas de Finanças, como Tesouraria, FP&A e Contabilidade, é um diferencial que prepara o profissional para desafios maiores.
A participação em projetos de Finance Transformation, que envolvem a robotização de processos financeiros, também deve ser considerada. Entender essa transformação e como ela impacta a área ajuda o profissional a estar ainda mais preparado para o futuro.
Ao assumir um cargo de gestão, o desafio muda. Agora em uma posição de liderança, o profissional precisa equilibrar seus conhecimentos técnicos com inteligência emocional e habilidades de relacionamento. Ele se torna um intermediário entre os analistas e a alta diretoria, garantindo que as entregas aconteçam sem comprometer a performance da equipe.
Nesta segunda etapa, o executivo deve agir como um business partner, ampliando sua visão de negócio e desenvolvendo uma comunicação eficaz. A gestão de pessoas passa a ser um aspecto crucial: é essencial orientar, motivar e garantir que o time funcione com alto desempenho.
Além disso, a pressão vinda da alta liderança exige que o gestor tenha inteligência emocional para filtrar e repassar informações da maneira correta, criando um ambiente produtivo e eficiente.
Ao chegar à terceira etapa, na posição de CFO, o profissional assume um papel institucional e estratégico. Ele deve ir além da área financeira, atuando diretamente no desenvolvimento do negócio. Nesse nível, o líder de Finanças não é apenas um suporte, mas parte fundamental da estratégia empresarial.
O CFO precisa dominar habilidades de comunicação e influência, garantindo o engajamento de gestores e equipes. Para isso, ele deve ser uma figura inspiradora, com uma forte presença no mercado e um networking ativo. Benchmarking constante e uma agenda externa são essenciais para entender o que os concorrentes estão fazendo e quais soluções podem diferenciar a empresa no mercado.
Mais do que administrar números, o CFO precisa estar em campo, interagindo com as operações e os principais stakeholders da companhia. Ele deve conectar a área financeira às demais áreas estratégicas da empresa, garantindo uma visão ampla do negócio.
Este estágio exige que o CFO tenha pensamento institucional e habilidades de liderança sofisticadas. Ele deve alinhar estratégia e inovação, garantindo que Finanças seja um motor de crescimento para a organização.
Como visto, o caminho para se tornar CFO exige muito mais do que conhecimento técnico. Essa trajetória pode ser dividida em três etapas fundamentais, cada uma com desafios e aprendizados específicos para o crescimento profissional.
A jornada demanda dedicação, aprendizado contínuo e visão ampla do mercado e do negócio. Quem entende e aplica esses princípios desde o início se torna um profissional diferenciado, preparado para assumir posições estratégicas e impulsionar o crescimento da empresa.