Carreira

Entrevista de emprego: quais são os seus defeitos?

Especialistas afirmam que a pergunta bem respondida demonstra maturidade profissional

Falar para o entrevistador que você não tem defeitos não ajudará você a conquistar a vaga (Getty Images)

Falar para o entrevistador que você não tem defeitos não ajudará você a conquistar a vaga (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2011 às 11h04.

São Paulo – Não é fácil admitir e enumerar nossos defeitos, seja qual for a situação. Agora, apelar para estratégia de dizer que você é perfeccionista já entrou para a lista de mentiras mais manjadas em entrevista de emprego.

O objetivo da pergunta não é para que você se desvalorize na frente do entrevistador. João Mendes, coach e consultor de carreira da Vicky Bloch Associados, afirma que, primeiramente, o candidato tem que entender que a situação – da entrevista – é positiva.

Para Marcelo Cuellar, headhunter da Michael Page, empresa especializada em recrutamento especializado, mentir sobre os seus defeitos pode acabar fazendo com que você assuma um cargo que não combine com o seu perfil profissional.

"Imagine que o cargo seja para a área de cobranças e você detesta cobrar de outras pessoas. Ao maquiar a sua resposta, o risco de você ser aprovado fica maior, o que nem sempre é bom", explica.

A meta, neste caso, é simples: o recrutador quer saber se o profissional tem autocrítica e como ele lida com os feedbacks no trabalho. Para ele, mascarar os seus reais defeitos ou tentar fazer um discurso bonito são atitudes que devem ser descartadas.

“Não adianta negar e falar que não tem defeitos. O profissional deve eleger pontos de desenvolvimento, pontos que ele sabe que tem que ser melhorados”, explica o CEO da Produtive, Rafael Souto.

Reflita

Para não correr o risco de passar uma imagem errada sobre você, Mendes instrui que o profissional se prepare e até simule uma resposta antes da entrevista. “Por não ter controle da situação, o candidato pode esquecer de citar exemplos e pode até mostrar que é inseguro, quando não é”, diz.


Souto concorda que a tranquilidade na hora de responder depende de planejamento. “Já houve situações em que recebi não como resposta, outras respostas nada espontâneas. Nessas horas não adianta pedir ajuda a uma consultoria”, explica. É preciso tempo para fazer uma autocrítica para depois construir uma resposta.

Seja sincero

Cite situações para explicar o seu defeito. Você é perfeccionista, mas não sabe como expor sem parecer clichê demais? “Uma vez um profissional explicou que recebeu a avaliação da chefia em que foi observado que ele se preocupava muito com a qualidade do trabalho. Tanto que, às vezes, passava do prazo de entrega. O problema passou a ser de timing e a falta de priorização de tarefas”, lembra Mendes.

Ao expor dessa maneira, o candidato deve provar ao entrevistador quais são as ações que ele tem feito para melhorar esse aspecto. Claro, se não houver situações que comprovem o esforço para melhorar, não adianta inventar.

Para Cuellar, adjetivos não devem ser usados na resposta, pois a interpretação do entrevistador pode ser diferente da sua. Por exemplo, se você diz que é rápido na hora de executar tarefas, a sua ideia de rapidez pode não bater com a do entrevistador. "Se você é preguiçoso e não consegue acordar cedo, é melhor assumir que não funciona bem na parte da manhã, mas que tem potencial para virar a noite se for preciso", explica.

“Reconhecer defeitos mostra maturidade, não ter autocrítica, por outro lado, é um problema. Por mais sênior que o candidato seja, ele não deve ter medo de demonstrar fragilidade e sim o que está fazendo para corrigi-la”, explica Souto

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