Se a ansiedade continuar muito intensa mesmo com preparação e várias tentativas, buscar apoio profissional é um passo inevitável. (Yasser Chalid/Getty Images)
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Publicado em 21 de setembro de 2025 às 08h00.
Uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios revelou que quatro em cada dez candidatos entre 15 e 29 anos consideram o controle da ansiedade como a principal dificuldade durante entrevistas de emprego, superando até mesmo desafios como demonstrar competências ou falar sobre pontos fortes e fracos.
Mas esse cenário não se limita apenas a quem está começando a carreira, uma vez que a ansiedade em processos seletivos atinge profissionais de todos os níveis, fazendo com que muitos talentos percam oportunidades no momento mais decisivo.
A ansiedade da entrevista de emprego geralmente começa bem antes do dia marcado, e uma boa organização antecipada pode ser a diferença entre chegar tranquilo ou completamente nervoso ao encontro com o recrutador.
Planejar o trajeto com antecedência pode eliminar uma das maiores fontes de estresse, que é o medo de se atrasar. Por isso, vale conferir o endereço, calcular o tempo de deslocamento com folga e sempre ter uma alternativa caso algo dê errado no caminho.
Outro ponto importante é escolher vagas que realmente combinem com seu perfil profissional, porque falar sobre experiências reais e habilidades que realmente possui deixa qualquer candidato mais seguro durante a conversa.
Nada substitui a confiança que vem de conhecer bem a empresa onde se deseja trabalhar, e essa preparação pode transformar completamente a dinâmica da conversa com o recrutador.
Pesquisar sobre produtos, serviços, história e valores da organização permite criar respostas mais conectadas com a realidade do negócio, mostrando interesse que vai além de apenas conseguir um emprego. Além disso, esse conhecimento facilita na hora de fazer perguntas inteligentes ao final da entrevista.
Com essas informações em mãos, fica muito mais fácil explicar como suas experiências podem ajudar a empresa a resolver problemas, e essa segurança diminui naturalmente o nervosismo.
Praticamente toda entrevista inclui perguntas comuns sobre objetivos profissionais, pontos fortes e fracos ou planos para o futuro, e saber lidar com elas é o primeiro passo para ir bem na conversa com o recrutador.
A melhor estratégia para se preparar para entrevista de emprego é refletir sobre essas questões e ter uma ideia clara do que responder, mas sem decorar textos prontos que soam artificiais. Vale pensar em situações reais da sua trajetória que exemplifiquem suas qualidades e conquistas.
Treinar as respostas em voz alta é um exercício recomendado, já que auxilia a ganhar fluência e identificar vícios de linguagem, além de deixar a fala mais organizada. Mas lembre-se de sempre manter a naturalidade, que é o que torna a conversa mais agradável e convincente para o recrutador.
A respiração profunda é acessível e pode ser usada em qualquer momento, bastando inspirar contando até quatro, segurar o ar por quatro segundos e soltar em outros quatro tempos. Repetir esse ciclo três vezes já produz uma sensação imediata de calma, porque ativa o sistema nervoso parassimpático, responsável pelo relaxamento do corpo.
Exercícios físicos leves também ajudam muito na véspera da entrevista. Uma caminhada de 20 minutos pela manhã libera endorfinas naturais que melhoram o humor e reduzem a tensão acumulada.
Para quem prefere algo mais discreto, movimentos simples como rotacionar os ombros para trás cinco vezes ou inclinar a cabeça suavemente de um lado para o outro alivia a rigidez muscular típica.
A alimentação nas horas anteriores é outro ponto que merece uma atenção especial. Alimentos como banana, aveia e castanhas contêm triptofano e magnésio, nutrientes que ajudam na produção de serotonina e promovem sensação de bem-estar. Já o excesso de café deve ser evitado, pois a cafeína pode intensificar tremores e agitação.
Outra dica é levar uma garrafa de água gelada e tomar pequenos goles, já que isso também proporciona pausas naturais para recuperar o controle da conversa, além de manter a hidratação.
Técnicas mentais também funcionam bem para quem tem mais facilidade com esse tipo de abordagem. A visualização positiva consiste em fechar os olhos e imaginar detalhadamente a entrevista transcorrendo de forma tranquila, se visualizando respondendo com calma e o entrevistador reagindo positivamente.
Escutar com atenção cada pergunta antes de responder não apenas demonstra respeito, mas também oferece um tempo importante para organizar as ideias e evitar respostas precipitadas.
Outro ponto é manter uma postura levemente relaxada, fazer contato visual moderado e usar gestos naturais, que ajudam a criar uma impressão positiva.
O momento em que o recrutador abre espaço para perguntas do candidato não é apenas uma formalidade, mas uma oportunidade para demonstrar interesse e avaliar se a vaga atende suas expectativas.
Questionar sobre os desafios do cargo, oportunidades de crescimento ou projetos futuros da área mostra que o candidato pensa de forma estratégica e está realmente interessado em contribuir com a empresa. Paralelamente, evitar perguntas básicas cujas respostas estão no site da empresa mostra preparo e atenção.
Essa também é a hora de entender se a cultura da empresa e as condições oferecidas se alinham com seus objetivos profissionais, transformando a entrevista em uma conversa de mão dupla onde ambos se avaliam.
Depois que a entrevista termina, fazer uma reflexão honesta sobre o próprio desempenho ajuda a melhorar para as próximas oportunidades e a entender melhor os próprios padrões de comportamento.
Analisar o que funcionou bem e o que pode ser aprimorado, sem ser excessivamente crítico consigo mesmo, pode ajudar a construir um aprendizado robusto para futuras entrevistas. Vale questionar as razões do seu nervosismo e pensar em estratégias diferentes para situações similares.
Se a ansiedade continuar muito intensa mesmo com preparação e várias tentativas, buscar apoio profissional é um passo inevitável, já que questões emocionais mais profundas podem interferir no desempenho profissional e exigem atenção especializada.