Carreira

Como usar a mentoria cruzada dentro de uma organização?

Modelo de desenvolvimento une gerações, estimula a inovação e fortalece a cultura empresarial

Em tempos de mudanças rápidas, valorizar o aprendizado coletivo pode ser o diferencial que conecta passado, presente e futuro dentro das empresas (Westend61/Getty Images)

Em tempos de mudanças rápidas, valorizar o aprendizado coletivo pode ser o diferencial que conecta passado, presente e futuro dentro das empresas (Westend61/Getty Images)

Publicado em 28 de maio de 2025 às 17h43.

Em empresas cada vez mais diversas, onde convivem profissionais de diferentes idades, formações e vivências, surge um desafio silencioso: como transformar essa variedade em vantagem competitiva? Uma das respostas tem ganhado espaço entre líderes de RH e gestores de cultura corporativa: a mentoria cruzada, estratégia que promove trocas entre pares de diferentes gerações ou áreas, em uma via de mão dupla de aprendizado.

O que é mentoria cruzada?

A mentoria cruzada é uma prática estruturada de desenvolvimento organizacional em que dois colaboradores, geralmente de perfis complementares, compartilham conhecimentos e experiências em sessões periódicas. Ao contrário da mentoria tradicional, o modelo cruzado não define um mentor fixo, já que ambos os participantes atuam como mentores e mentorados ao mesmo tempo.

É uma forma de democratizar o saber dentro das empresas, aproximar gerações e estimular uma cultura mais aberta ao diálogo e à inovação.

Como funciona

O processo começa com a definição de objetivos claros. A organização precisa identificar o que deseja alcançar com o programa — integrar gerações, fomentar inovação, formar líderes ou fortalecer sua cultura interna.

Em seguida, são selecionados os participantes. A lógica é parear pessoas com conhecimentos e vivências complementares. Pode ser um executivo experiente com um jovem analista digital, ou um gestor comercial com um especialista em tecnologia.

Essas duplas devem ter encontros regulares — virtuais, presenciais ou híbridos — com temas definidos, acompanhamento de metas e apoio institucional, como treinamentos e orientação sobre boas práticas de mentoria.

Como usar na prática

Para implantar um programa de mentoria cruzada de forma eficiente, a empresa precisa:

  1. Mapear as competências e perfis dos colaboradores;
  2. Criar critérios objetivos para formação dos pares;
  3. Estabelecer uma estrutura mínima: frequência dos encontros, temas prioritários, metas de aprendizado;
  4. Estimular a escuta ativa e o respeito às diferenças;
  5. Medir resultados com indicadores claros e ajustar o programa conforme necessário.

Ferramentas como design thinking podem ser incorporadas às sessões para enriquecer o processo e estimular soluções criativas para problemas reais da empresa.

Vantagens da mentoria cruzada

A principal força do modelo está na reciprocidade. Profissionais seniores compartilham bagagem, visão estratégica e habilidades de liderança. Os mais jovens, por outro lado, trazem domínio de ferramentas digitais, novas linguagens e repertório atualizado.

Essa troca gera empatia entre gerações, melhora a comunicação interna e contribui para a formação de líderes mais preparados para os desafios atuais. Além disso, a prática pode reduzir ruídos e preconceitos no ambiente de trabalho, fortalecendo o senso de pertencimento e colaboração.

Considerações importantes para a mentoria cruzada

Como toda iniciativa de desenvolvimento humano, a mentoria cruzada exige alinhamento institucional. Não basta formar pares e esperar resultados, é preciso definir papéis e expectativas de forma clara.

Além disso, a empresa deve criar canais de escuta para acompanhar o andamento do programa. Por fim, é importante reconhecer os resultados e valorizar boas práticas para manter o engajamento.

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