No currículo, o nanodegree deve aparecer na seção de educação ou certificações, sempre com o nome completo do programa, a instituição que ofereceu e o ano de conclusão. (Getty Images/Reprodução)
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Publicado em 27 de setembro de 2025 às 08h00.
Enquanto universidades tradicionais levam anos para atualizar suas grades curriculares, o mercado de trabalho cria novas demandas a cada semestre. Profissões que nem existiam há alguns anos hoje lideram as listas de vagas mais bem pagas, e habilidades consideradas essenciais ontem podem se tornar obsoletas amanhã.
Foi dessa necessidade de formação rápida e específica que surgiram os programas de nanodegree, uma modalidade de ensino que promete entregar em meses o conhecimento prático que o mercado exige agora. Grandes empresas de tecnologia já reconhecem essas certificações, e cada vez mais profissionais apostam nelas para turbinar o currículo ou mudar de carreira.
Um nanodegree é um programa educacional online que combina microcertificações focadas em habilidades específicas. Diferente de cursos avulsos, essa opção oferece uma trilha estruturada com projetos práticos e mentoria especializada, preparando o profissional para demandas reais do mercado em períodos de um a seis meses.
O formato nasceu no Vale do Silício, quando empresas de tecnologia perceberam que precisavam treinar profissionais mais rápido do que as universidades conseguiam formar. Assim, começaram a desenvolver seus próprios currículos, focados exatamente nas competências que buscavam nos candidatos.
A relevância dos nanodegrees está diretamente ligada à velocidade das mudanças no mercado. Enquanto uma pós-graduação tradicional leva um a dois anos, novas tecnologias e metodologias surgem em questão de meses, criando um descompasso entre o que se aprende na sala de aula e o que é exigido na prática profissional.
Para recrutadores, um currículo com nanodegrees indica um candidato com capacidade de aprendizado contínuo e iniciativa para buscar qualificação. Em setores como tecnologia e marketing digital, essas certificações muitas vezes pesam mais do que diplomas tradicionais, já que garantem conhecimento atualizado.
A principal questão dos nanodegrees está na estrutura, que é totalmente online e flexível, permitindo que o aluno estude no próprio ritmo. Outro diferencial está na metodologia baseada em projetos reais, onde em vez de provas teóricas, o estudante desenvolve aplicações práticas que podem ir direto para o portfólio profissional.
Em um nanodegree, cada projeto recebe um feedback detalhado de mentores que atuam no mercado, garantindo que o aprendizado seja direcionado. Além disso, a duração compacta, focando apenas no essencial para aquela função específica, visa eliminar os conteúdos genéricos ou de preenchimento comuns em cursos tradicionais.
O ramo de ciência de dados e inteligência artificial lideram a oferta, com programas que vão desde análise básica até machine learning avançado. Além disso, programação e desenvolvimento web também concentram muitos cursos, ensinando linguagens como Python, JavaScript e frameworks modernos.
O marketing digital é outra área forte, com nanodegrees em SEO, mídias sociais e Google Ads. Alguns setores emergentes como cibersegurança, computação em nuvem e IoT também ganham espaço, além de áreas tradicionais que se modernizam, como gestão de projetos ágeis.
A faculdade oferece formação ampla com base teórica sólida e diploma reconhecido pelo MEC, extremamente importante para profissões regulamentadas. Já o nanodegree é focado em habilidades específicas e imediatas, ideal para uma atualização rápida ou transição de carreira.
Enquanto uma graduação leva anos e pode custar dezenas de milhares de reais, um nanodegree pode ser concluído em meses por alguns milhares. O ideal é vê-los como complementares, com o nanodegree agregando competências práticas que a universidade muitas vezes não consegue acompanhar.
Além do conhecimento técnico, os nanodegrees proporcionam um networking valioso através de comunidades online globais e contato com mentores referências em suas áreas. Para universitários, muitos programas ainda contam como horas complementares, ajudando a cumprir requisitos da graduação.
Além disso, há a questão de maiores chances de empregabilidade, com profissionais certificados se destacando em processos seletivos. Paralelamente, os projetos desenvolvidos formam um portfólio robusto, capaz de provar ao recrutador o domínio prático em uma especialidade.
A escolha começa com uma análise clara dos objetivos profissionais. Para mudança de área, a ideia é buscar programas introdutórios, enquanto para especialização, cursos avançados são mais indicados. É necessário também verificar a reputação da plataforma e buscar por parcerias com empresas reconhecidas.
Paralelamente, avalie também o investimento de tempo e dinheiro em relação ao retorno esperado. Muitas plataformas oferecem bolsas integrais ou parciais, ou então promovem medidas de garantia de satisfação.
No currículo, o nanodegree deve aparecer na seção de educação ou certificações, sempre com o nome completo do programa, a instituição que ofereceu e o ano de conclusão. É fundamental destacar as principais habilidades desenvolvidas e, se possível, mencionar projetos específicos com resultados mensuráveis que demonstrem a aplicação prática do conhecimento.
No LinkedIn, além de adicionar o nanodegree na seção de educação, vale incluir a credencial digital na área de licenças e certificações, com o link para verificação online. Aproveite para atualizar suas habilidades no perfil, incluindo as competências específicas aprendidas, e considere fazer uma publicação compartilhando sua conquista e os principais aprendizados do curso.
Uma estratégia eficaz é personalizar a apresentação do nanodegree conforme a vaga ou oportunidade. Para posições técnicas, destaque os projetos e ferramentas dominadas, enquanto para cargos de gestão, enfatize as soft skills desenvolvidas, como trabalho em equipe e resolução de problemas.