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Redatora
Publicado em 3 de julho de 2025 às 11h54.
A inteligência artificial já não é promessa futura: ela é realidade presente — e está moldando o mercado financeiro em uma velocidade sem precedentes.
No painel promovido pelo Na Prática na Conferência Mercado Financeiro, Thais Gundin (XP), Andrés Kikuchi (NuAsset/Nubank) e Augusto Lins (Stone) compartilharam suas visões sobre como a IA está reconfigurando o setor e quais habilidades serão decisivas para os profissionais dos próximos anos.
Do atendimento ao cliente à gestão de ativos, da codificação à tomada de decisão, a mensagem é clara: adaptar-se é questão de sobrevivência.
A virada aconteceu, segundo os especialistas, com a popularização de ferramentas como o ChatGPT.
Embora a IA já estivesse presente no setor financeiro há anos — em modelos determinísticos e análise de dados —, o acesso massivo e intuitivo às soluções generativas marcou o início de uma nova era.
Thais Gundin, Head de Tecnologia da XP, destaca que o momento exige que profissionais saibam como aplicar IA no dia a dia de forma consciente.
“É preciso entender para que serve — e para que não serve. Ela ainda precisa de crivo humano”, afirma.
Para Andrés Kikuchi, a IA virou o novo "Excel". Quem não adota, fica para trás.
“Se antes o diferencial era saber programar planilhas, hoje é dominar prompts, Python e Databricks. Um analista que não usa IA está ultrapassado.”
Na XP e na Stone, os assistentes virtuais já substituem atendentes humanos em demandas operacionais — com foco em rapidez, humanização e resolução na primeira chamada.
A IA também atua no backoffice, como no suporte a colaboradores da Stone e na classificação automatizada de chamados.
No Nubank, a IA está no coração da gestão de portfólio da NuAsset. Com modelos baseados em dados e ciência comportamental, a IA é uma ferramenta para analisar cenários, resumir documentos jurídicos e interpretar grandes volumes de informação em segundos.
Curiosamente, parte da resistência à IA vem de dentro. Segundo Augusto Lins, muitos desenvolvedores experientes ainda preferem escrever código do zero, enquanto colegas mais novos com domínio de IA entregam resultados mais rápidos e eficientes.
A mudança, portanto, exige não só capacitação, mas também mudança de mentalidade.
Para se tornarem AI-first, as empresas estão apostando em três frentes:
Mas os executivos admitem: os profissionais correram na frente, e as companhias agora fazem um movimento de "catch-up".
Se tem uma competência que será indispensável, é a adaptabilidade. “É a capacidade de lidar com a frustração, com a mudança.
E isso é vantagem competitiva”, afirma Lins. A inteligência emocional também ganha destaque. “A IA não ajuda a passar por altos e baixos. Isso ainda depende de nós”, completa Thais.
Os painelistas ainda reforçam que IA não é atalho. “Ela não pensa por você. É uma ferramenta, não uma desculpa para pular etapas”, alerta Lins.
O conselho para quem está entrando no mercado é claro: falhe rápido, aprenda sempre, mantenha a curiosidade viva — e encare a IA como uma aliada estratégica.
A eterna dúvida entre se aprofundar ou diversificar também foi abordada. Para os painelistas, não se trata de escolher um lado, mas de entender o valor dos dois perfis.
Enquanto especialistas com domínio técnico profundo serão insubstituíveis em áreas críticas como saúde, engenharia e direito, generalistas com domínio de IA também ganharão relevância em contextos interdisciplinares.
Além disso, novas profissões estão surgindo: engenheiros de prompt, especialistas em IA aplicada, analistas de governança algorítmica, entre outros.
Por fim, os líderes reforçaram a importância do autoconhecimento para navegar esse cenário em transformação.
A IA pode ajudar em muita coisa. Mas propósito, resiliência, ética e direção continuam sendo atributos exclusivamente humanos — e decisivos para quem quer trilhar uma carreira sólida em um mundo cada vez mais dominado por algoritmos.
Para jovens que buscam acelerar a carreira, a Conferência de Gestão e Inovação é uma oportunidade imperdível.
O evento gratuito reúne universitários de todo o país e os conecta com as empresas líderes de mercado. Ao longo da programação, é possível aprender com cases reais, ampliar sua rede e até encontrar oportunidades de estágio e emprego com empresas de referência.
Além disso, é possível se conectar com as empresas mais inovadoras do Brasil, como Nubank, Stone, Shopee, Suzano e muitas outras.