Carreira

Mudar sem perder essência: o poder do rebranding invisível

A evolução silenciosa de marcas como O Boticário e Nestlé mostra que, hoje, branding vai muito além de redesign

Bandeira da empresa Nestlé Waters Supply é vista na entrada de sua fábrica em Vittel, no leste da França, no dia 19 de julho de 2010 (AFP Photo)

Bandeira da empresa Nestlé Waters Supply é vista na entrada de sua fábrica em Vittel, no leste da França, no dia 19 de julho de 2010 (AFP Photo)

Luana Araujo
Luana Araujo

Redatora

Publicado em 30 de julho de 2025 às 15h39.

Durante muito tempo, o redesenho do logo era o símbolo máximo de mudança para uma marca. Mas, em 2025, o que realmente muda nem sempre é visível de imediato e, muitas vezes, essa é justamente a intenção.

Estamos na era do rebranding invisível: quando a marca se reinventa sem alterar sua logomarca. O público reconhece o nome, mas sente que algo está diferente. E está mesmo.

Segundo a agência internacional de branding Siegel+Gale, marcas estão cada vez mais investindo em mudanças de tom, linguagem, experiências sensoriais e comportamentos digitais como formas de atualizar sua identidade sem depender da troca de logo.

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Nova narrativa, mesma fachada

A identidade visual permanece, mas o tom de voz, os valores comunicados e o papel social assumido ganham novos contornos. 

A O Boticário é um exemplo claro. Sem trocar o logo, passou a se posicionar de forma mais diversa e inclusiva nas campanhas, incorporando pautas como paternidade ativa, diversidade de gênero e sustentabilidade. A mudança não está no símbolo, mas na simbologia.

O rebranding invisível é estratégico: garante atualização sem colocar em risco o capital de marca já construído.

A Nestlé tem feito isso com linhas específicas de produtos, reforçando saudabilidade, rastreabilidade e impacto ambiental em comunicações segmentadas, enquanto mantém o logo tradicional nos rótulos.

O que isso muda e ensina sobre branding?

As marcas que crescem hoje não precisam gritar por atenção, elas mudam de dentro para fora. E esse rebranding invisível ensina que:

  • Atualizar valores é mais potente do que trocar cores;
  • Mudar a narrativa pode reposicionar sem perder memória afetiva;
  • A consistência da marca está mais no comportamento do que no design.

No fim, marcas que mudam sem alarde conseguem algo raro: evoluem junto com o público, sem deixar de ser reconhecíveis.

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