Ben Askins, empreendedor e autor (Fonte: LinkedIn | Reprodução)
Redatora
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 10h03.
Ser gentil, amigável e até divertido pode tornar a convivência com um gestor mais leve. Mas, para o empreendedor e autor Ben Askins, essas características não são suficientes e, muitas vezes, nem desejáveis quando se trata de liderar com competência.
Askins alerta que confundir carisma com capacidade de gestão pode ser um erro fatal para empresas que buscam performance e resultados.
“Quando digo um bom chefe, não estou falando de alguém com quem você quer sair para tomar uma cerveja. Estou falando de liderança competente”, afirma o empreendedor.
Aos 33 anos, Askins é cofundador da Gaia, empresa de software ambiental, e ex-fundador da agência Verb Brands. Também é autor do recém-lançado livro “My Boss Is A Moron”, no qual compartilha estratégias para navegar em ambientes corporativos desafiadores, inclusive sob a liderança de chefes ineficazes. As informações foram retiradas de CNBC Make It.
Segundo Askins, um líder de verdade precisa ser capaz de aplicar padrões com consistência, tomar decisões difíceis e oferecer feedbacks honestos, ainda que desconfortáveis. E isso, muitas vezes, entra em conflito com o desejo de ser “querido” pelos liderados.
O excesso de gentileza, nesse caso, pode impedir o desenvolvimento da equipe e travar o crescimento profissional dos colaboradores.
Essa lógica é especialmente importante para quem almeja cargos de liderança e alta gestão. A habilidade de apontar falhas, conduzir conversas difíceis e manter o foco em resultados é parte essencial da execução de alta performance.
Para a coach de liderança Phoebe Gavin, ser próximo demais do chefe também pode gerar dilemas éticos e prejudicar decisões futuras. “Relacionamentos de amizade com gerentes podem resultar em favoritismo e tornar mais difícil a tomada de decisões duras, como demissões”, explica.
Ela alerta que mesmo o gestor mais empático ainda responde a superiores e acionistas. “Se o chefe do seu chefe disser que precisa cortar o seu cargo, ele vai te demitir. Ele pode até chorar na ligação, mas vai te demitir.”
Na prática, essa dinâmica mostra como a liderança não pode ser pautada apenas pela simpatia. É preciso maturidade emocional, visão de negócio e disposição para manter a equipe nos trilhos — mesmo em momentos difíceis.
A psicóloga social Tessa West, professora da Universidade de Nova York, aponta caminhos para driblar a falta de feedbacks diretos em ambientes excessivamente “cordiais”.
Sua sugestão é começar pedindo avaliações pequenas, não ameaçadoras, como uma opinião sobre a apresentação de slides do dia seguinte.
Aos poucos, vá construindo uma base de confiança que permita críticas mais relevantes. Essa abordagem permite que o profissional em formação desenvolva sua escuta ativa, resiliência e capacidade de aprendizado contínuo, pilares da alta performance.
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