Pesquisa de Harvard mostra novo perfil de liderança que é mais valorizado (Getty Images)
Redatora
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 14h05.
Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 14h25.
Durante a pandemia, líderes precisaram aprender a tomar decisões em meio à incerteza, reorganizar rotinas e, ao mesmo tempo, lidar com o medo e o esgotamento de suas equipes.
O que parecia um desafio temporário acabou marcando uma mudança estrutural. Cinco anos depois, o papel da liderança segue em reconstrução.
De acordo com o Global Leadership Development Study 2024, da Harvard Business Publishing, metade dos executivos entrevistados aponta “conectar pessoas ao propósito organizacional” como a competência mais importante de um líder no cenário atual, superando as habilidades técnicas e de gestão.
O estudo foi realizado com mais de mil executivos. Outras duas capacidades aparecem em destaque: inteligência emocional e social (48%) e gestão de conflitos (44%).
“O líder deixou de ser um executor que entrega sozinho para se tornar um orquestrador de talentos”, resume o relatório de Harvard.
O termo “propósito” já foi usado à exaustão, mas, nas empresas, ele vem ganhando um novo significado. Hoje, não se trata de frases de efeito em murais corporativos, mas de construir um alinhamento real entre o que a companhia faz e o que as pessoas acreditam.
O mesmo estudo de Harvard mostra que líderes capazes de articular esse propósito de forma prática, conectando metas a valores e resultados a impacto, são os que mais engajam e retêm seus times.
No Brasil, a pesquisa Panorama de Liderança 2025, realizada pela Amcham Brasil, em parceria com a consultoria Humanizadas, confirma o diagnóstico.
Entre os 765 executivos ouvidos, 58% apontam o crescimento e o desenvolvimento de carreira como principal fator de engajamento, enquanto 55% valorizam líderes inspiradores, mais do que remuneração ou benefícios.
O dado revela que profissionais querem ser liderados por quem os ajuda a evoluir, e não apenas por quem avalia seu desempenho.
Harvard alerta que as empresas correm o risco de formar líderes “desconectados”: bons tecnicamente, mas incapazes de traduzir cultura e propósito no dia a dia.
Parte do problema está nos modelos de desenvolvimento: programas rápidos e genéricos, pouco adaptados à realidade de cada organização. A recomendação é que a formação de líderes precisa ser contínua e personalizada, com espaço para reflexão, feedback e prática.
É justamente esse o foco de iniciativas como a EXAME | Saint Paul In Company, que desenha trilhas sob medida para desenvolver lideranças de diferentes níveis em temas que vão de comportamento e estratégia a transformação digital e cultura organizacional.
São programas que unem teoria, vivência e resultados tangíveis, com base na realidade e nos desafios de cada empresa.