Copilot ganha reforço na área de saúde para avançar em IA
Redatora
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 12h00.
A Microsoft está intensificando sua estratégia para construir uma inteligência artificial própria e menos dependente da OpenAI, seu principal parceiro tecnológico.
O eixo central desse avanço é a área da saúde, onde a empresa acredita ter espaço para entregar respostas mais precisas e ampliar a relevância do Copilot entre consumidores. As informações foram retiradas de The Wall Street Journal.
A próxima grande atualização do Copilot deverá incorporar informações licenciadas da Harvard Health Publishing, braço editorial da Harvard Medical School.
A mudança permitirá que o assistente responda a dúvidas de saúde com base em conteúdo clínico revisado.
A Microsoft não comenta detalhes do acordo, mas afirma que busca aproximar a ferramenta do padrão de orientação que um usuário encontraria em um profissional de saúde.
Dominic King, vice-presidente de saúde na divisão Microsoft AI, diz que o objetivo é oferecer informações confiáveis e adaptadas às necessidades de cada usuário.
Ele cita como exemplo situações de manejo de doenças crônicas, como diabetes, um desafio comum na prática médica e que exige precisão.
A aposta ocorre em meio a alertas de especialistas: estudo conduzido pela Universidade Stanford em 2024 mostrou que o ChatGPT apresentou respostas inadequadas em cerca de 20% das perguntas médicas analisadas.
Além do conteúdo especializado, a Microsoft desenvolve uma funcionalidade que ajudará usuários a localizar prestadores de saúde próximos, com filtros por necessidade clínica e cobertura de seguro.
O movimento reflete uma ambição maior: fortalecer a identidade do Copilot como produto de IA de consumo, em um mercado em que o ChatGPT ainda é dominante, são mais de um bilhão de downloads, contra 95 milhões do app da Microsoft.
Internamente, a empresa acelera a formação de modelos próprios. Liderada por Mustafa Suleyman, a divisão Microsoft AI expandiu laboratórios, contratou ex-pesquisadores do Google DeepMind e já testa modelos alternativos aos da OpenAI.
Parte das ferramentas do ecossistema Microsoft 365 hoje utiliza tecnologias da Anthropic, rival direta da OpenAI. A expectativa, segundo fontes, é que a empresa substitua progressivamente cargas de trabalho por modelos proprietários, embora esse processo deva levar anos.
Enquanto isso, a parceria com a OpenAI segue ativa, inclusive com um acordo preliminar que pode conceder à Microsoft 30% de uma nova entidade com fins lucrativos planejada pela criadora do ChatGPT. Mas a direção estratégica é clara: ampliar autonomia tecnológica em um dos setores mais sensíveis e promissores da IA.
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