Sofia Oliveira: "Meu maior sonho é reduzir a desigualdade social por meio da educação” (Divulgação/Divulgação)
Colunista
Publicado em 19 de setembro de 2025 às 11h07.
Filha de um vigilante e de uma profissional de apoio escolar para pessoas com deficiência, a mineira Sofia Oliveira nunca deixou que a falta de recursos limitasse seus sonhos. Nas férias de 2025, a jovem virou notícia ao chegar a um dos espaços mais disputados da diplomacia global: o Youth Office, ou Escritório da Juventude, da ONU, em Nova York.
Desde nova, Sofia já tinha determinação para chegar onde queria. Aos 14 anos, ela conquistou uma bolsa integral por meio do Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos (Ismart) no Colégio Santo Antônio, uma das melhores escolas particulares da capital mineira.
Ainda no ensino médio, já liderava projetos sociais que impactaram centenas de alunos de baixa renda, participou do Parlamento Jovem Brasileiro e realizou pesquisas científicas reconhecidas em feiras nacionais e internacionais.
Sua dedicação abriu portas em grandes universidades. Foi aprovada na UFMG e recebeu bolsas integrais de Harvard, Yale e Stanford. Escolheu Harvard, onde cursa Governo e Economia com bolsa integral avaliada em cerca de R$ 2 milhões, além do apoio complementar do Programa de Bolsas BRASA.
“Fazer uma graduação no exterior parece ser algo inalcançável, mas são oportunidades como o Programa de Bolsas BRASA que democratizam esse privilégio”, afirma.
Sofia foi a primeira bolsista BRASA em Harvard e, agora, faz história novamente como a primeira estagiária brasileira no seu estágio na ONU.
Em 2025, Sofia foi selecionada como UN System Coordination and Accountability Intern no Youth Office da ONU, órgão responsável por fortalecer a participação significativa dos jovens nos processos de formulação de políticas públicas e decisões globais.
“Integrar a equipe que está moldando políticas e estratégias globais de juventude em meio às discussões sobre desenvolvimento sustentável e direitos humanos é, para mim, não apenas um sonho, mas um compromisso de vida com o meu país e com minha geração”, afirma.
A oportunidade do estágio foi apresentada pela BRASA e era, para Sofia, o próximo passo em direção ao sonho ainda maior de um dia ingressar na política. No entanto, o caminho até lá não foi tão linear.
Como a vaga não era remunerada, viabilizar três meses em Nova York exigia esforço extra. Sofia mobilizou sua rede e contou com o suporte conjunto da BRASA e da universidade, que mais uma vez reconheceram sua dedicação e potencial.
Depois de concluir o estágio, Sofia retorna a Harvard para o último ano de graduação. O próximo passo, segundo ela, é claro: ajudar a construir um Brasil mais justo por meio da educação e empreendedorismo social.
“Quero contribuir para uma formação que vá além da preparação para o mercado de trabalho, que humanize e transforme. Meu maior sonho é reduzir a desigualdade social por meio da educação”, afirma.