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'Quem apostar contra a Petrobras vai perder dinheiro', diz presidente

No comando da maior empresa do Brasil, Magda Chambriard destaca a força da Petrobras, defende novas explorações de petróleo e reforça a aposta na “adição energética”

Magda Chambriard, presidente da Petrobras: “Vamos ter acréscimo de produção até 2030 ou 2032. Depois disso, entramos em declínio, e por isso precisamos compensar com novas reservas. A margem equatorial é parte desse futuro.” (Leandro Fonseca/Exame)

Magda Chambriard, presidente da Petrobras: “Vamos ter acréscimo de produção até 2030 ou 2032. Depois disso, entramos em declínio, e por isso precisamos compensar com novas reservas. A margem equatorial é parte desse futuro.” (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 21 de agosto de 2025 às 05h59.

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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem uma resposta direta para quem duvida do potencial da companhia: “Quem apostar contra a Petrobras vai perder dinheiro”.

À EXAME, no podcast De Frente com o CEO, a executiva afirmou que a empresa está entregando mais do que o mercado esperava, com produção em alta, plataformas adiantadas e um papel central na matriz energética do país.

Para sustentar sua avaliação, Chambriard cita resultados recentes.

  • As últimas plataformas de produção da estatal, por exemplo, foram entregues com até três meses de antecedência - um contraste com o passado, marcado por atrasos, diz a presidente.
  • O tempo médio para conectar um poço também caiu: de mais de um ano para cerca de sete meses.
  • Já no campo de Búzios, a mais recente plataforma, com capacidade de 225 mil barris por dia, atingiu plena produção com apenas cinco poços, superando sozinha a produção diária de alguns países.

“Quando alguém diz que a Petrobras vai mal, não está olhando a Petrobras direito, não está analisando direito. É por isso que eu sempre gosto de advertir: quem apostar contra a empresa vai perder dinheiro", diz a presidente durante o podcast da EXAME.

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Pressão externa e estratégia global

O recente tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos não atingiu o setor de petróleo, mas Magda ressalta que a Petrobras tem flexibilidade para redirecionar exportações.

“Nosso principal mercado é o Brasil. Exportamos muito para a Ásia, e a menor parte vai para os EUA. Mesmo assim, poderíamos deslocar para outros mercados se fosse necessário”, afirma.

Na comparação internacional, ela coloca a Petrobras lado a lado com gigantes como Shell, BP, Chevron e Equinor, mas reforça.

“Nosso foco é o Brasil, e estamos comprometidos com a sociedade brasileira e com a geração de energia no país.”

Transição e adição energética

Se o termo ‘transição energética’ domina os debates globais, Chambriard prefere complementá-lo com outro conceito: adição energética. Para ela, o Brasil precisa ampliar drasticamente a produção para melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“Para chegar ao nível de consumo da África do Sul, precisaríamos gerar 50% mais energia per capita. Se quisermos nos aproximar de países como França e Alemanha, precisamos colocar de pé outro Brasil em termos energéticos. Isso significa usar todas as fontes – fósseis e renováveis.”

Nesse caminho, a Petrobras aposta em projetos de etanol, biodiesel, combustíveis de baixo carbono e investimentos em eólica e solar.

Foz do Amazonas e o futuro do pré-sal

A executiva também defendeu a exploração na margem equatorial, incluindo o tão falado bloco na bacia da Foz do Amazonas.

“Não tem nada de incongruente nisso. Estamos falando de águas ultraprofundas, a mais de 500 km da Ilha de Marajó. A exploração é necessária para garantir o futuro energético do país.”

A expectativa, de acordo com a presidente, é que a avaliação pré-operacional para perfuração seja concedida já na próxima semana.

Sobre o pré-sal, a presidente prevê crescimento até o início da próxima década. “Vamos ter acréscimo de produção até 2030 ou 2032. Depois disso, entramos em declínio, e por isso precisamos compensar com novas reservas. A margem equatorial é parte desse futuro.”

Preço dos combustíveis e fertilizantes

Um dos temas mais sensíveis para a população é o preço dos combustíveis. Magda explicou que a estatal já não tem controle sobre a ponta da distribuição.

“Quando a Petrobras baixa o preço na refinaria, muitas vezes a distribuidora ou a revenda aumentam a margem. Como não estamos mais na ponta, o desconto não chega ao consumidor final,” diz.

A companhia também aposta na retomada das fábricas de fertilizantes (Fafens) e no aumento da oferta de gás natural, considerado estratégico.

“Romper o ciclo vicioso do gás passa por ampliar mercado e consumo, e os fertilizantes fazem parte dessa estratégia”, afirma.

Liderança sem medo

Questionada sobre as habilidades para liderar uma empresa desse porte, Chambriard foi taxativa.

“A primeira é não ter medo e a segunda é saber liderar. A Petrobras precisa dar contribuição à sociedade e aos investidores, e isso exige coragem”, afirma.

Veja a entrevista completa da Magda Chambriard, CEO da Petrobras, no podcast “De frente com CEO” da EXAME. O material está tanto no Youtube, quanto no Spotify da EXAME.

Acompanhe tudo sobre:Podcast De frente com CEOPodcastsPetrobrasMagda Chambriard

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