Carreira

‘Sucesso é equilíbrio’: como diretora de RH lidera a transformação humana da Wilson Sons

A diretora de RH e Comunicação da Wilson Sons, Aléa Fiszpan fala sobre autoconhecimento, cultura e liderança real

Aléa Fiszpan, diretora de RH e Comunicação da Wilson Sons

Aléa Fiszpan, diretora de RH e Comunicação da Wilson Sons

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 15h51.

Uma empresa com 185 anos de história carrega muitas memórias e, às vezes, até tatuagens. 

Recentemente, um colaborador da Wilson Sons, prestes a se aposentar após mais de quatro décadas de trabalho, revelou uma marca no braço: o logotipo da companhia. 

“Ele leva a empresa no corpo, e nós levamos ele na nossa história”, lembra Aléa Fiszpan, diretora de Recursos Humanos e Comunicação da Wilson Sons e membro do Clube CHRO da EXAME e Saint Paul.

Para ela, essa cena representa mais do que uma despedida, sendo um símbolo vivo de uma cultura construída por pessoas que se reconhecem no que fazem. “Transformação organizacional não acontece sem transformação humana”, resume.

A identidade que atravessa o crachá

Há 22 anos na Wilson Sons, Aléa viu a própria trajetória se entrelaçar com a da empresa. “Eu não sou uma pessoa fora da empresa e outra dentro. A Aléa que entrou aqui e a que existe hoje foram se transformando juntas”, conta.

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Sua carreira começou na área de Recursos Humanos da Xerox do Brasil, passou pela Claro, Fininvest e  Contax, chegando à Wilson Sons em 2003. 

Desde então, ela tem sido uma das principais vozes na construção de uma cultura voltada à transformação organizacional e ao propósito que orienta a estratégia da companhia, dando espaço para o crescimento pessoal e profissional de quem faz parte da construção de uma empresa quase bicentenária. 

“Tudo o que eu aprendo fora do trabalho, levo para dentro. E o que aprendo aqui, levo para a vida. Nós somos seres integrados”, diz.

O autoconhecimento como ferramenta de liderança

Nos momentos mais difíceis da carreira, Aléa aprendeu a confiar nessa integração. “Os momentos mais desafiadores são aqueles em que o cenário está turvo. O não dito grita muito mais alto do que o dito”, afirma.

Ela explica que, nesses momentos, é o autoconhecimento que ajuda o líder a decidir como agir. “Não é o que a gente faz, é como a gente faz. O ‘como’ vem dos nossos valores.”

Por isso, busca cultivar com sua equipe um ambiente seguro, onde vulnerabilidade e força coexistam. 

"A crença de que ser competente é não ser vulnerável é uma utopia. As pessoas mais competentes são as que sabem lidar com a própria vulnerabilidade"Aléa Fiszpan, diretora de RH e Comunicação da Wilson Sons

Sucesso e pertencimento em tempos de mudança

O conceito de sucesso também mudou. “Antes, sucesso era performance. Hoje, sucesso é equilíbrio. E equilíbrio é diferente para cada pessoa”, diz.

Na Wilson Sons, o RH liderado por Aléa adota uma abordagem personalizada para reter talentos. “Se uma executiva acabou de ter um bebê, talvez um horário flexível faça mais sentido do que um novo curso. Retenção acontece de forma individualizada.”

Aléa Fiszpan, diretora de RH e Comunicação da Wilson Sons

Mais do que benefícios, ela acredita que o pertencimento é o verdadeiro diferencial competitivo. “O ser humano precisa se sentir visto e ouvido. Quando ele percebe que a empresa o reconhece, o engajamento vem naturalmente.”

Respeitar o passado para construir o futuro

Liderar mudanças em uma empresa quase bicentenária, diz Aléa, exige sensibilidade histórica. “Transformar cultura não é destruir o que veio antes. É honrar o passado enquanto se cria o futuro.”

Essa filosofia se reflete na convivência entre veteranos e novos talentos. “Temos pessoas aqui há 30, 40 anos, e outras recém-chegadas. O segredo é fazer com que todos se vejam na mesma história.

Para ela, é essa continuidade que mantém viva a essência da Wilson Sons. “Cada colaborador é um capítulo da empresa. Transformar a cultura é fazer com que essas histórias conversem.”

Liderança nem sempre é o caminho — e tudo bem

Ao falar sobre carreira, Aléa é direta: “Liderança não é para todo mundo.”

Segundo ela, há excelentes especialistas que preferem não liderar, e isso deve ser respeitado. “Liderar é fazer através dos outros. Há quem prefira colocar a mão na massa, e isso é igualmente valioso.”

Independentemente do caminho, ela afirma que o autoconhecimento é o verdadeiro divisor de águas. “O que sustenta o crescimento é o comportamento e a capacidade de se relacionar.”

"Nem todo burnout vem de excesso de trabalho. A maioria vem da falta de alinhamento entre o que a pessoa faz e o que acredita. Quando você entende o porquê das suas escolhas, o peso fica mais leve"Aléa Fiszpan, diretora de RH e Comunicação da Wilson Sons

O exercício contínuo de se conhecer

Aléa acredita que é no olhar para dentro que reside a verdadeira força e que reconhecer nossas virtudes, limites e valores, é o que nos permite agir com autenticidade, transparência, construindo conexões humanas que atravessam resultados.

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O importante, segundo ela, é construir relações de confiança. “No trabalho e na vida, você vai lidar com pessoas em quem confia e com pessoas em quem não confia. O autoconhecimento ajuda a lidar com todas elas, sem perder quem você é.”

O trabalho como espelho da vida

Depois de mais de duas décadas na Wilson Sons, Aléa resume sua filosofia de liderança em uma frase: “O mundo do trabalho é um espelho da vida.”

Para ela, este ambiente é uma excelente oportunidade para as pessoas aprenderem sobre si mesmas. “Se você não aprender aqui, vai aprender em outro lugar — na maternidade, num relacionamento, em qualquer experiência. O trabalho é só mais uma oportunidade de autoconhecimento.”

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