Oseille: o restaurante carioca, comandado pelo chef Thomas Troisgros, é estreante na lista estendida do 50 Best (Tomas Rangel/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 15h23.
Última atualização em 18 de novembro de 2025 às 15h23.
A organização do Latin America's 50 Best Restaurants divulgou nesta terça-feira, 18, a lista com os melhores restaurantes da região nas posições 51 a 100.
A publicação antecede a lista principal dos 50 melhores, que será divulgada em uma cerimônia realizada em evento em Antígua, na Guatemala, no próximo dia 2 de dezembro.
No ranking dos 51 a 100 melhores restaurantes da América Latina, o Brasil aparece com dez casas. No ano passado, oito restaurantes brasileiros figuravam na mesma lista.
O restaurante brasileiro mais bem colocado é o Origem, em Salvador, aberto pelo chef Fabrício Lemos e pela confeiteira Lisiane Arouca em 2016.
"O menu degustação de 13 pratos educa e encanta ao explorar os elementos que moldaram a história da Bahia, desde as heranças indígenas e africanas até os biomas e a horticultura únicos", diz a publicação.
O restaurante ficou na primeira colocação da lista de 100 melhores do Brasil, segundo o ranking EXAME Casual 2025.
Dois restaurantes brasileiros aparecem na lista pela primeira vez: Cepa (São Paulo) e Oseille (Rio de Janeiro), na 73ª e 65ª posição respectivamente.
Cepa: restaurante do chef Lucas Dante e da sommelière Gabrielli Fleming começou em 2019 em São Paulo (CEPA/Divulgação)
Mistura da Alemanha com a Bahia. Os chefs Kafe e Dante Bassi — ela alemã, ele baiano — se conheceram quando trabalhavam juntos no restaurante D.O.M, do chef Alex Atala. Do encontro surgiu uma paixão entre os dois, mas também pela gastronomia. Criaram o Manga, em 2018, com uma cozinha que une as experiências da dupla e valoriza alimentos orgânicos e de processos feitos na casa, como a arte da charcutaria, com presunto, língua defumada, lardo, terrines e outros embutidos feitos ali. Além do cardápio à la carte, o menu degustação em dez tempos conta com pratos repletos de sabores, como a língua de boi dry aged por 28 dias na brasa, alho-poró orgânico, abóbora e couve-de-bruxelas. A experiência custa 350 reais, sem harmonização.
Serviço: Rua Professora Almerinda Dultra, 40, Rio Vermelho, Salvador. De terça a sexta, no jantar; sábado, no almoço e no jantar.
Situado no topo do Shopping Light, no coração do centro de São Paulo, o Priceless é uma iniciativa promovida por uma empresa de cartão de crédito, que abriga o renomado bar Abaru e o restaurante Notiê. O chef Onildo Rocha explora as riquezas dos biomas brasileiros. Com opções de menu degustação e à la carte, os pratos convidam os clientes a desfrutarem de forma multissensorial chamada "Mata Atlântica: Matas & Mares". O restaurante oferece um menu degustação dividido em quatro tempos, por 235 reais, apresentando uma variedade de pratos como polvo acompanhado de mini arroz. O Notiê disponibiliza ainda opções de menu com sete etapas por 390 reais, e um menu com onze pratos por 520 reais.
Serviço: Rua Formosa, 157, Centro Histórico, São Paulo. De quarta a sábado, das 19h às 23h.
Manu Buffara é daquele tipo de pessoa que se dedica ao extremo em tudo o que faz. É ligada no 220 volts, adora estar rodeada de bons cozinheiros —Alex Atala e Rene Redzepi são alguns deles — e tem uma boa dose de ousadia. Desde 2011 comanda o Manu, em Curitiba, o primeiro restaurante do Brasil comandado por uma chef mulher a servir apenas menu degustação — custa 720 reais, sem harmonização. Por meio dela a capital paranaense ganhou destaque no cenário gastronômico mundial. Ela foi eleita, em 2022, a melhor chef da América Latina pelo célebre Latin America’s 50 Best Restaurants. Para suas criações, trabalha somente com ingredientes sazonais e frescos, sendo 60% deles de origem vegetal. É daquele tipo de chef que não apenas compra os ingredientes mas conhece os fornecedores, toda a cadeia e ajuda a fomentar o ecossistema da gastronomia local. Neste ano, abrirá seu segundo restaurante, o Ella, em Nova York, respeitando os mesmos princípios de sazonalidade e ingredientes frescos, mas com um toque brasileiro.
Serviço: Alameda Dom Pedro II, 317, Batel, Curitiba. De quarta-feira a sábado, das 18h às 22h30.
"A gastronomia brasileira é um sonho alcançável." A afirmação do chef Alex Atala resume a história do restaurante D.O.M. Criado em uma época em que os sabores brasileiros eram pouco conhecidos, o D.O.M. nasceu como um projeto e hoje é uma realidade. Uma realidade autêntica que ecoa pelo mundo, promovendo ingredientes como açaí, jambu e tucupi. Não por arrogância, mas por uma missão. Com duas estrelas no renomado Guia Michelin, o D.O.M. é um restaurante singular. No menu degustação (690 reais), Atala apresenta cardápio estritamente autoral, expondo sua ousadia e experimentações resultantes de sua pesquisa com os ingredientes brasileiros.
Serviço: Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo. Abre de segunda a sexta no almoço e no jantar; sábados somente no jantar.
Após cinco anos de sucesso no bairro do Tatuapé, em São Paulo, o chef Lucas Dante e a sommelière Gabrielli Fleming decidiram mudar a casa para o bairro de Pinheiros. No menu repleto de pratos leves e sazonais seguem sucessos como a endívia glaceada com speck de porco preto, tonnato e alcaparras (R$ 58), a língua de Wagyu com caldo de galinha, quiabo e hortelã (R$ 89) e o arroz de suã com chalota caramelizada, linguiça de porco defumada e salada de erva doce (R$ 119), além de criações como o tartar de curraleiro com anchovas da Cantábria e a salada de berinjela com missô de grão de bico com vinagre de champanhe.
Serviço: Praça dos Omaguás, 110, Pinheiros. Funcionamento: Quarta a sexta-feira das 19h às 23h. Sábado e domingo 12h às 16h. Jantar aos sábados das 19h às 23h
A chef Helena Rizzo está no seleto grupo de profissionais que acumulam importantes premiações nacionais e internacionais. Eleita a melhor chef do mundo pela lista The World’s 50 Best Restaurants em 2014, Helena também é jurada do aclamado MasterChef Brasil e, desde 2006, comanda o multipremiado Maní. Há quase três anos ela divide a criação e o comando da cozinha com o chef belga Willem Vandeven. Conhecido por pratos que valorizam os ingredientes locais — sempre que possível, orgânicos —, o Maní oferece tanto um menu degustação quanto um cardápio à la carte. Independentemente da escolha, o cliente encontrará a mesma essência: comida brasileira contemporânea. Para uma experiência mais imersiva no universo criativo dos chefs, a sugestão é optar pelo menu degustação, no valor de 680 reais (sem harmonização). Outra opção é o menu de três cursos, que inclui entrada, prato principal, sobremesa e um belisquete surpresa, por 360 reais, com uma versão vegetariana disponível por 280 reais.
Rua Joaquim Antunes, 210, Jardim Paulistano, São Paulo. De terça a sábado, no almoço e no jantar; domingo, somente no almoço.
Localizado no segundo andar do Toto, “primogênito” de Thomas Troisgros, o Oseille foi idealizado para oferecer qualidade gastronômica com um ambiente leve e divertido. No casarão, um balcão com apenas 16 lugares. O menu, de cinco ou sete etapas (R$ 490 + R$ 300 com harmonização e R$ 650 + R$380 com harmonização, respectivamente), pode variar e contar com pratos como o crocante de alga e tartare de tomate, tortellini de tubérculos e consommé de cebola e o cogumelo paris, sorvete de baunilha, chantilly de cogumelo, crumble de chocolate e suspiro. Thomas prioriza o uso de produtos frescos, pratos leves, porções menores e delicadas e apresentações impecáveis, característica da Nouvelle Cuisine, um movimento originado na década de 1970 na França e que teve como um dos pioneiros Pierre Troisgros, avô de Thomas, revolucionando a culinária mundial.
Serviço: Rua Joana Angélica, 155, 2º andar - Ipanema - Rio de Janeiro. Horário de funcionamento: Quarta-feira a sábado, a partir das 20h. Mediante apenas sob reservas, às 19h45. Telefone: (21) 3854-1819
Criar uma culinária mexicana autêntica, moderna e de alta qualidade, mas com um toque brasileiro. Esse é o desafio constante dos chefs Luana Sabino e Eduardo Ortiz desde a abertura do Metzi. Não foi diferente na recente reformulação do cardápio. Com oito tempos, a experiência gastronômica fechada (440 reais por pessoa, sem bebidas) apresenta pratos como o huatape de pescados (caldo de peixe defumado com katsuobushi e chili puya), perfeito para abrir o apetite e aquecer o corpo nas noites frias. Também se destacam o peixe do dia com aljillo, queijo tulha e ikura, e a costela de porco Duroc em recado negro com jiló tatemado, que deve ser saboreada como recheio das macias tortilhas feitas na casa, servidas à parte, estimulando a interação à mesa. Além do menu degustação por 440 reais, o Metzi oferece pratos à la carte, como a tostada de atum com macha de castanhas-do-pará e avocado (76 reais) e o peixe a la talla com salsa verde e chile mixe (170 reais).
Rua João Moura, 861, Pinheiros, São Paulo. Terça e quarta, das 19h às 22h30; quinta e sexta, das 19h à meia-noite; sábado, das 12h30 às 15h e das 19h à meia-noite; domingo, das 12h às 17h.
Após três anos de história em São Paulo, o Kotori decidiu repaginar e se voltar para um restaurante fine casual, guiado pelo conceito da cozinha yōshoku. Isto é, com pratos cada vez mais autorais, inspirados em uma vertente da cozinha japonesa que valoriza o uso de ingredientes regionais e o equilíbrio de sabor. Entre os pratos, está o carpaccio de vieiras de hokkaido, molho ponzu, pimenta de cheiro, picles doce de nabo, óleo de coentro e minitrevo roxo (R$ 120); o pescado do dia maturado por 48 horas acompanhado por molho beurre blanc com Shaoxing, ora-pro-nóbis e bardana (R$ 155); e o matambrito de porco grelhado na brasa, marinado em molho de missô para ter a nota de umami intensificada (R$ 65).
Serviço: R. Cônego Eugênio Leite, 639, Pinheiros - São Paulo. De terça a sexta-feira, 19h às 23h Sábado, das 12h às 16h e das 19h às 23h
Os reis da alta gastronomia baiana. Assim podem ser definidos os chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, que comandam o restaurante autoral Origem, em Salvador, além de outras seis operações gastronômicas na cidade. O restaurante foi pioneiro na capital baiana ao apresentar, exclusivamente, um menu degustação. No cardápio mais recente, os chefs desenvolveram uma pesquisa inspirada por uma inquietação sobre as desigualdades e injustiças que remontam à colonização do Brasil e perduram até os dias de hoje. A partir dessa reflexão, surgiu o tema de uma série de menus do Origem, chamada Nossas Heranças. O resultado são receitas que resgatam a culinária baiana como uma herança de resistência e luta pela liberdade, dignidade e humanidade. Dividida em quatro atos, a degustação (380 reais sem harmonização e 700 reais com harmonização) presta homenagem aos povos originários e reverencia as quitandeiras e quituteiras, mulheres que, por meio da culinária, conquistaram sua liberdade e sustentaram suas famílias na época colonial. “Elas deram início ao empoderamento feminino por meio da gastronomia”, dizem os chefs. Entre os pratos que resgatam sabores históricos está a carne de sol acompanhada de lentilha beluga e farofa de beiju de massa. Também se destaca o cabrito supermacio servido com purê de abóbora defumada, couve crocante e paçoca de carne-seca. No ano passado, o restaurante figurou em segundo lugar e, nesta edição, conquistou o topo da lista.
Alameda das Algarobas, 74, Caminho das Árvores, Salvador. De terça a sábado, das 18h30 à meia-noite.