Tan Tan: o melhor bar do Brasil segundo ranking Casual EXAME 2025 conta com diversas opções de coquetéis sem álcool (Tan Tan/Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 4 de outubro de 2025 às 10h10.
A sequência de notícias sobre intoxicação por metanol em bebidas adulteradas provocou um efeito imediato no comportamento dos consumidores e nas vendas de bebidas em baladas, bares e restaurantes em diferentes regiões do país. Enquanto parte do público evita destilados por precaução, os mocktails — coquetéis sem álcool, feitos com a mesma técnica e complexidade dos clássicos — têm registrado alta na procura.
Esse movimento não é exatamente novo, mas ganhou força com o episódio recente. Os mocktails deixaram de ser vistos como uma alternativa “sem graça” e passaram a ocupar espaço nas cartas com criações autorais, ingredientes frescos e apresentações sofisticadas.
Alê D’Agostino, um dos principais nomes da coquetelaria brasileira, já havia apontado essa tendência. “O drinqie sem álcool não precisa ser careta. Dá para entregar sabor, técnica e experiência mesmo sem destilado. O bartender não trabalha pensando no álcool em si, mas no equilíbrio. O líquido com ou sem graduação alcoólica precisa ter construção de sabor.”
Não são mais os noodles que carregam a fama do Tan Tan, em São Paulo, ainda que a massa asiática apareça timidamente no menu da casa. “Nunca foi um plano trabalhar e me envolver com coquetelaria no nível em que está hoje, mas é uma coisa de que eu sempre gostei. Desde quando eu era cozinheiro, sempre fui muito envolvido, sempre estudei muito e sempre me interessei pelo mundo dos bares”, diz Bañares.
No ano em que a casa comemora dez anos de existência, a carta de drinques batizada “Pour-Hibition” reflete sobre a relação das pessoas com o álcool em três pontos. O primeiro se chama “Pré-proibição”, quando o consumo de álcool era social e parte da cultura popular. Para este momento, a casa sugere coquetéis inspirados na sociedade americana antes de 1920, considerada a época dourada da coquetelaria, como o drinque Elegance (70 reais), inspirado no clássico Bijou, feito com shissô, cachaça branca, Porto Guava da Cia dos Fermentados, vermute tinto e licor de ervas Abadia. A fase “Proibição”, inspirada na época da repressão nos Estados Unidos que impulsionou a criatividade em bares clandestinos, o head bartender do grupo, Caio Carvalhaes, apresenta drinques que remetem aos anos de 1920 a 1933. A terceira parte da carta apresenta o momento “Pós-proibição”, que resgatou receitas clássicas, exaltou a liberdade criativa, como o coquetel Sinner (45 reais), que combina milho e rum zero produzido na casa.
Um terço do cardápio possui receitas com zero teor de álcool. “Decidimos não subcategorizá-los para mostrar que é possível integrar todo o universo da coquetelaria, apresentando as criações com consistência e profundidade”, explica Bañares. Os lámens continuam no menu, ao lado de pratos como o Yardbird Katsu Sando (65 reais), um hambúrguer de porco empanado com molho chuno no shokupan, e Spring Rolls-Royce (77 reais), uma versão sofisticada de harumaki, servido frio com tartar de atum, gergelim e maionese.
Serviço: Rua Fradique Coutinho, 153, Pinheiros, São Paulo. De terça-feira a domingo, das 19h às 23h. Sábado, das 12h às 16h e das 19h às 23h. Fechado no último domingo do mês
Os bares de audição estão cada vez mais presentes em São Paulo com seus sistemas de som de alta fidelidade. Um dos bons exemplos na cidade é o Dōmo, inaugurado em 2023 e com mais de 400 LPs à disposição dos DJs. Os pratos e coquetéis figuram entre os bons acompanhamentos à música. À frente da cozinha está a chef Gabriela Rodrigues, que faz um passeio por sabores e referências do Sudeste Asiático. Em porções para compartilhar, Rodrigues apresenta receitas como o yakitori de coração de pato e mexilhões com purê amanteigado de couve-flor (R$ 49); o dumpling de camarão e porco, servido com caldo perfumado de capim-limão e óleo de coentro (R$ 60); e a picante trouxinha de kenip (folha de gergelim) com cogumelos eryngui ou bananinha (corte de contrafilé) na brasa (R$ 49). Já o bar capitaneado pelo bartender Rodolfo Carvalho possui coquetéis autorais como o Chill (R$ 48), que combina bourbon Maker's Mark, moonshine defumado, maracujá, suco de limão e angostura e o Lemongrass Gimlet (R$ 45), feito com gim Roku e cordial de folha de limão kaffir com capim limão, que conta com versão sem álcool (R$ 38).
A casa possui serviço dividido em dois turnos: das 19h às 21h15 e das 21h30 à 0h, com encerramento da cozinha às 23h (às terças e quartas) e às 23h30 (de quinta à sábado) e do bar, às 23h30. Não é preciso pagar para entrar no Dōmo, mas é sugerida uma contribuição de R$ 20 para os seletores musicais da noite.
Serviço: Rua Major Sertório, 452, Vila Buarque, São Paulo. De terça-feira a sábado das 19h à 0h. Aberto para almoço apenas um domingo por mês (confira a programação no Instagram @domobarsp)
Ao entrar no Le Jardin, o café do Rosewood São Paulo, no lado esquerdo, encontram-se portas de madeira que transportam para outra atmosfera: um bar estilo speakeasy, inspirado nos clubes de jazz clássicos dos anos 1930. O Rabo di Galo é uma homenagem ao drinque homônimo. Na casa, o coquetel é feito com cachaça Pindorama, vermute tinto, Cynar e bitter de cacau. Entre as receitas autorais que homenageiam os biomas brasileiros destacam-se o refrescante e frutado Cidade Roxa, com Zacapa 23, jabuticaba, limão e baunilha; e O Amado, que leva cachaça envelhecida 1922, soda de maracujá e especiarias, limão e espuma de baunilha e cumaru. O bar também conta com opções sem álcool, como o aromático e frutado Periferia, com chá de rooibos, açaí, limão e clara de ovo.
Serviço: Rua Itapeva, 435, Bela Vista, São Paulo. Dentro do Hotel Rosewood. De segunda-feira a sábado das 19h às 2h. Domingo das 18h à 0h. Não aceita reservas
Flora Bar: Spicata (Mario Rodrigues/Divulgação)
Com uma fachada coberta por flores, o bar estilo speakeasy aposta na alta coquetelaria. A carta de drinques traz uma variedade de coquetéis clássicos dispostos em uma linha do tempo e originais da bartender Chula Barmaid. Entre as autorais da casa está o Ananas Comosus (R$ 28), um mocktail com gim nulla sem álcool, abacaxi, suco de limão, leite de coco, aquafaba, folha de manjericão e mel. Outro drinque sem álcool também disponível na carta é o Spicata (R$ 26), com chá de flores, mel, suco de limão, hortelã e água com gás.
Serviço: Rua Padre João Manuel, 795 - Jardim Paulista, São Paulo/SP | Horário de funcionamento: segunda a sábado das 19h à 1h, domingo das 19h à 0h
Famosa pelas pizzas feitas no estilo napolitano, a rede tem cardápio elaborado com a consultoria do chef italiano Pasquale Cozzolino. Quem busca opções de drinques sem álcool para acompanhar as redondas, encontra boas opções como o Ginger Mule (R$ 29) – feito com suco de limão, ginger beer e espuma de gengibre –, e o Tre Limoni (R$ 29), que combina água com gás, suco de limões (galego, siciliano e tahiti) e rapadura.
Serviço: 5 unidades + Alameda Lorena, 1040 - Jardim Paulista, São Paulo/SP - Fone: (11) 5990-2158. Horário de funcionamento: domingo a quinta das 18h às 23h, sexta e sábado das 18h à 0h.
Inspirado nas típicas casas argentinas, o restaurante ficou famoso por sua parrilla, de onde saem cortes de carnes nobres especialmente selecionadas. No menu há também drinques, com opções de mocktails como o Juan Rouge (R$ 36), feito com frutas cítricas, frutas vermelhas, canela, manjericão, gengibre e tabasco.
Serviço: 4 unidades + Rua Comendador Miguel Calfat, 525 - Vila Nova Conceição, São Paulo/SP | Horário de funcionamento: segunda a quinta das 12h às 15h e das 19h às 22h, sexta e sábado das 12h às 23h, domingo das 12h às 20h
Tuy Cocina: Hierba de Limon (Rubens Kato/Divulgação)
Em um ambiente moderno e descontraído no Jardins, o restaurante traz em seu menu pratos, tapas e petiscos da gastronomia ibérica contemporânea, além de uma seção especial dedicada aos arrozes. A casa também investe nos drinques, inclusive os sem álcool. É o caso do Hierba de Limon (R$ 28,90), feito com infusão de hibisco com limão kaffir e gengibre.
Serviço: Rua Padre João Manuel, 1156 - Jardim Paulista, São Paulo/SP | Fone: (11) 91641-1309 e (11) 3167-7774 | Horário de funcionamento: segunda das 12h às 22h, terça a sábado das 12h à 0h, domingo das 12h às 22h
O bar localizado no Itaim Bibi traz em seu cardápio petiscos e pratos tradicionais da gastronomia italiana. Em um ambiente intimista e aconchegante, a casa oferece uma carta de drinques variada e com boas opções não alcoólicas. Destas, há uma versão do Mojito (R$ 25) feita de xarope de açúcar, folhas de hortelã, suco de limão tahiti e água carbonatada.
Serviço: Rua Doutor Renato Paes de Barros, 177 - Itaim Bibi, São Paulo/SP - Fone: (11) 3079-8025 | Horário de funcionamento: segunda a quinta das 12h às 15h e das 18h à 0h, sexta e sábado das 12h às 15h e das 18h às 2h
A Pizza da Mooca: Noce di Cocco (Mario Rodrigues/Divulgação)
Eleita a pizzaria brasileira mais bem posicionada no ranking internacional 50 Top Pizza, a casa é comandada pelo chef Fellipe Zanuto. O capricho se estende aos drinques, com opções sem álcool como o Americano (R$ 22), com xarope de Bitter, suco de uva branco e água com gás, e o Noce di Cocco (R$ 22), feito com xarope de coco, suco de uva branco, água com gás.
Serviço: 2 unidades + Rua Áurea, 198 - Vila Mariana, São Paulo/SP | Horário de funcionamento: segunda das 18h às 22h, terça a domingo das 18h às 23h
Desde 2006, o Expedito é referência no Campo Belo ao unir boa coquetelaria e gastronomia de brasa. Com um ambiente aberto, arborizado e cheio de verde, o local é pet friendly. Para bebericar, o Azedinho de Grenadine (R$ 19) uma refrescante mistura não alcoólica de Grenadine (xarope de romã com especiarias) e limão siciliano, e o Aluá de abacaxi com manjericão (R$ 19), um fermentado natural a partir das cascas de abacaxi adoçado com xarope artesanal de manjericão.
Serviço: Rua Ibituruna, 1540 - Campo Belo, São Paulo/SP - Fone: (11) 2157-4808 | Horário de funcionamento: terça à quinta das 16h à 0h, sexta e sábado das 12hrs à 0h45, domingo das 12h às 21h
No Animus, restaurante comandado por Giovanna Grossi em Pinheiros, a pesquisa sobre ingredientes brasileiros não se limita à cozinha. O bar, sob a batuta de Pedro Piton, também vem explorando insumos nativos em criações sem álcool. Entre elas está o Aluá (R$ 26), inspirado no tepache mexicano, preparado a partir da fermentação das cascas do abacaxi com especiarias brasileiras, resultando em uma bebida de perfil frutado e especiado. Outra opção é o Cajuju (R$ 26), que combina mel de abelhas nativas, nibs de cacau, cajuína e uma compota de caju. A dupla reforça a proposta da casa de oferecer coquetelaria autoral com identidade brasileira, também para quem prefere experiências sem teor alcoólico.
Serviço: Rua Vupabussu, 347 – Pinheiros, São Paulo/SP | Telefone: (11) 2371-7981 | Horário de funcionamento: quarta a sexta das 12h às 15h; terça a sábado das 19h às 23h
Na Vupabussu, em Pinheiros, a Casa da Esquina, projeto da chef Giovanna Grossi e da sócia Vanessa Civiero, apresenta uma carta que também olha para quem prefere copos sem destilados. Sob o comando de Pedro Piton, os “goles sem álcool” seguem a mesma lógica da coquetelaria autoral da casa: técnica de bar, insumos frescos e sotaque brasileiro. Entre as opções estão o mate com laranja e gengibre (R$ 24) e o abacaxi tostado com capim-santo (R$ 24), ambos gaseificados.
Serviço: Rua Vupabussu, 329 – Pinheiros, São Paulo/SP | Telefone: (11) 98705-9388 | Horário de funcionamento: quarta e quinta das 12h às 15h e das 17h à 0h; sexta e sábado das 12h à 0h; domingo das 12h às 18h
Donna: drinque sem álcool Quela Caramella (Rodolfo Regini/Divulgação)
Com ambiente elegante e intimista, o restaurante tem cardápio assinado pelo chef André Mifano, que revisita a cozinha clássica italiana à sua moda. Para acompanhar os novos pratos do menu, vale provar a versão não alcoólica do Quela Caramella (R$ 26), feito com xarope de melão, limão siciliano, água e espuma de limão siciliano.
Serviço: Rua Peixoto Gomide, 1815 - Jardim Paulista, São Paulo/SP - Fone: (11) 97593-9047 | Horário de funcionamento: segunda a quinta das 19h às 22h45, sexta das 19h às 23h, sábado das 13h às 15h30 e das 19h30 às 22h45
O Sky Hall Garden também valoriza a coquetelaria em sua versão sem álcool. A casa reúne no cardápio uma seleção de mocktails, pelo Renan Tarantino, que exploram combinações de frutas, chás e especiarias. Entre destaques, o Acalmomila (R$ 32) combina laranja, maracujá, xarope de camomila, capim-limão e limão taiti, enquanto o Clever Club (R$ 32) une chá de frutas silvestres, frutas vermelhas, limão taiti e albumina. Outra sugestão é o Fig Peasy (R$ 32), com compota de figo, albumina e limão taiti. O Mongito (R$ 32) complementa a carta com hortelã, extrato de capim-limão, menta, xarope de zimbro, gengibre e limão taiti.
Serviço: Rua Haddock Lobo, 1327 – Jardins, São Paulo/SP | Telefone: (11) 97689-3567 | Horário de funcionamento: terça a sexta das 12h à 0h e das 18h às 23h; sábado das 10h à 1h; domingo das 10h às 22h
O Bar dos Arcos, localizado no subsolo do Theatro Municipal de São Paulo, amplia a experiência da coquetelaria ao oferecer uma seleção de mocktails autorais. Entre os destaques está o Ceci (R$ 22), que combina chá mate e cordial de cajá em uma criação leve e envolvente. O Nobre (R$ 19) traz chá de casca de abacaxi, cordial de basílico e xarope de açúcar. Já a Desvairada (R$ 19), versão sem álcool do clássico Pauliceia, mistura xarope de azeitona preta, cítricos e CO2, traduzindo em sabor o centro paulistano. O Baque (R$ 24) apresenta um processo de clarificação em leite de coco, resultando em uma combinação de xarope de caramelo salgado e limão. Para o clássico artesanal, o Garnier (R$ 19) é um refrigerante de gengibre que comprova como certas receitas resistem ao tempo.
Serviço: Praça Ramos de Azevedo, s/n – República – Subsolo do Theatro Municipal, São Paulo/SP | Telefone: (11) 5148-0056. Horário de funcionamento: terça e quarta das 18h à 1h; quinta e sexta das 18h às 2h; sábado das 18h às 3h