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Check-in flexível e preços personalizados: o futuro dos hotéis de luxo

Uma nova proposta surge no mercado de hospitalidade: a personalização dos horários de entrada e saída dos hotéis

V3rso: hóspedes poderão escolher o horário de entrada e saída do hotel (Divulgação/Divulgação)

V3rso: hóspedes poderão escolher o horário de entrada e saída do hotel (Divulgação/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 29 de julho de 2025 às 14h51.

Última atualização em 29 de julho de 2025 às 15h57.

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Chegar cedo em um destino nem sempre significa que o dia será bem aproveitado, já que frequentemente os hotéis iniciam os check-ins em horários mais tardios. No fim da estadia, as diárias não completam as 24 horas entre o check-in e o check-out. No entanto, uma nova proposta surge no mercado: a personalização das diárias.

Com previsão de abertura para setembro, o v3rso, tech boutique hotel do Grupo Emiliano, por meio da inteligência artificial, vai disponibilizar diferentes personalizações para os hóspedes, com menos burocracias e por um preço mais acessível, como os check-ins flexíveis, como uma locadora de carros, por exemplo.

“Assim como quem deseja alugar um carro das 11h às 16h, no v3rso, a premissa é a mesma. Em hotéis, as pessoas preferem entrar logo cedo e sair mais tarde, mas no v3rso os valores variam de acordo com os horários de entrada e saída”, diz Gustavo Filgueiras, CEO do v3rso e dos hotéis Emiliano. Entrar às 19h e sair às 8h custará até 40% menos do que em horários convencionais, como das 15h às 12h do dia seguinte.

“Queremos apresentar um hotel que funcione pelo comportamento dos clientes”, diz Filgueiras. Com isso, a jornada do cliente começa antes mesmo da estadia, quando são enviadas sugestões para ampliar a estadia e experiência na cidade escolhida. “Por exemplo, podemos sugerir uma exposição de arte ou um bar para quem tem um perfil que gosta de vida noturna”, diz.

Com as recomendações de passeios, o hotel prevê ampliar de 2 a 5 horas a entrada dos hóspedes. Os valores flutuam conforme a ocupação do prédio. Ao automatizar a hospedagem, os custos caem até 70%, e consequentemente, as tarifas são menores.

Para além do eixo São Paulo-Rio de Janeiro, os serviços do Emiliano estarão presente em outras capitais como Porto Alegre e Brasília. “Brasília, por exemplo, é dominada por redes de hotéis antigas, com reformas com mais de 20 anos. Queremos que o v3rso seja um produto de luxo acessível”, diz.

Entretanto, a prática comum nos hotéis de não ter uma diária de 24 horas entre o check-in e check-out, não é irregular. Segundo Larissa Nishimura, especialista em direito do consumidor do Escritório Batistute Advogados, há regras e leis que preveem a diária do hotel. "O parágrafo 4º do art. 23 da Lei n° 11.771 de 2008 diz que 'entende-se por diária o preço de hospedagem correspondente à utilização da unidade habitacional e dos serviços incluídos, no período de 24 (vinte e quatro) horas, compreendido nos horários fixados para entrada e saída de hóspedes'”.

O Decreto n° 7.381, de 2010, reafirma e ainda prevê que a diária corresponde “à utilização da unidade habitacional e dos serviços incluídos, observados os horários fixados pela entrada e saída do hóspede, obedecendo o período de 24 horas.” Em 2019, no entanto, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que diárias de hotéis não precisam ter 24 horas. A ação foi movida pela Associação Nacional de Defesa da Cidadania e do Consumidor, alegando que a rede de hotéis administrada pela ITC Administração e Hotelaria violava o Código de Defesa do Consumidor ao prever a entrada às 15h e a saída às 12h.

O STJ decidiu, a partir de um recurso da ITC Administração e Hotelaria, que os estabelecimentos do setor podem cobrar a diária nos moldes como oferecem o serviço, por diversas razões. “Entre as razões, está o fato de que os hotéis não proíbem a entrada do hóspede, apenas o acesso à habitação enquanto ela está sendo limpa. Além disso, esse tempo de diferença é o que permite a limpeza do quarto”, afirma Larissa.

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