Stellantis: primeiro lote de carros da Leapmotor no Brasil (Divulgação/Divulgação)
Repórter de automobilismo
Publicado em 28 de setembro de 2025 às 14h29.
Na última quinta-feira, 25, o fotógrafo Emerson Lima apresentou o vernissage Karibu Tanzânia, que reuniu fotos captadas durante uma viagem sua ao país africano. Em meio a imagens de leões, elefantes e zebras, um cupê de quatro portas 100% elétrico chamado Z9 GT, mais um carro chinês com passaporte carimbado para o Brasil.
“Ao entrar nesse projeto, a Denza se posiciona ao lado de um artista que traduz com sensibilidade os mesmos valores que movem a marca: inovação significativa e compromisso com o planeta”, afirma Werner Schaal, diretor comercial da Denza Brasil, que será lançada oficialmente no início de outubro.
Com o utilitário esportivo B5 também já confirmado, a Denza sintetiza a atual proliferação de marcas chinesas no Brasil: marcas já instaladas por aqui expandindo suas operações para outros segmentos – no caso da BYD, o de luxo.
É o que fará o Grupo CAOA, que opera a marca Chery no país e planeja lançar no Salão do Automóvel de São Paulo (22 a 30 de novembro) a conterrânea Changan. A empresa não confirma, mas os mais cotados para estrear a CAOA Changan por aqui são os SUVs Unit-T, CS75 e Avatr 11.
Changan CS75 (Divulgação/Divulgação)
Fundado em 1997 em Hangzhou, o Geely Auto Group comprou a Volvo da Ford em 2010 e opera no Brasil as marcas Geely – que prepara o lançamento de seu segundo modelo, EX2, para novembro – a e Zeekr, cujo line-up é composto pelos modelos 001, X e 7X. Polestar e Lynk & Co, outras marcas do conglomerado, também estão no planejamento para o Brasil no próximo ano.
Mas não são apenas empresas chinesas a multiplicar marcas chinesas no mercado nacional. Dona de Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën, a Stellantis já desembarcou o primeiro lote de carros da Leapmotor no Brasil. “Essa etapa ocorre pouco depois de termos nomeados os primeiros concessionários da marca no Brasil, que irão começar a comercializar os veículos eletrificados da Leapmotor em 2025”, explica Fernando Varela, vice-presidente para a América do Sul. Fundada em 2015, a marca chega com os modelos C10 e B10.
A gigante SAIC também confirmou o lançamento da marca MG, entre o fim deste ano e o início do próximo.
Quem dirige qualquer carro chinês à venda hoje mal pode acreditar que a mesma indústria que produz agora elétricos ágeis, confortáveis e muito bem equipados e acabados já fez, há não muito tempo atrás, tosquices como Chery QQ, Effa M100 e Lifan 320, entre outros. Lado a lado, escancaram a revolução em curso no setor automotivo da China.
Na virada da década passada, carros populares importados da China começaram a desembarcar no Brasil com uma receita teoricamente imbatível: oferecer mais equipamentos do que modelos nacionais custando, quando não menos, o mesmo.
Fabricantes tradicionais se incomodaram com o tímido movimento, classificado como “invasão chinesa” – que acontece, na verdade, agora.