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Nova mostra na Estação Pinacoteca celebra centenário Fayga Ostrower

A polonesa Fayga Ostrower (1920-2001) foi uma das pioneiras da arte abstrata no País. Suas primeiras incursões na criação de gravuras pautam o primeiro núcleo da mostra

Obras da Pinacoteca Comtemporânea tiveram início nesta semana.
 (Divulgação/Divulgação)

Obras da Pinacoteca Comtemporânea tiveram início nesta semana. (Divulgação/Divulgação)

MD

Matheus Doliveira

Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 11h26.

Imigrante de família judia vinda para o Brasil nos anos 1930, a polonesa Fayga Ostrower (1920-2001) foi uma das pioneiras da arte abstrata no País. Para celebrar o seu centenário, completado em setembro do ano passado, uma mostra na Estação Pinacoteca apresenta, a partir desta segunda-feira, 1.º, 130 obras de diferentes fases da artista.

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Intitulada Fayga Ostrower - Imaginação Tangível, a exposição tem curadoria de Carlos Martins, que ressalta como a artista era "uma pessoa totalmente engajada na imagem impressa". A situação de sua família quando migrou para o Brasil era muito precária, mas, segundo Martins, Fayga encontrou aqui uma liberdade e um bem-estar inexistentes na Europa àquela época, o que lhe permitiu traçar uma formação autodidata. "Ela não se entregava; foi batalhando para conquistar cultura e conhecimento". Não por acaso, Fayga "não desistiu de reivindicar um lugar para a gravura como linguagem no campo das artes plásticas", complementa o curador.

Suas primeiras incursões na criação de gravuras pautam o primeiro núcleo da mostra, Aprendizado e Experimentos, que revela como ela se inspirava em textos literários para desenvolver narrativas visuais - ilustrações utilizadas mais tarde por algumas editoras. Um exemplo é uma edição de 1948 de O Cortiço, com 12 gravuras criadas pela artista quatro anos antes. Não demoraria, no entanto, para Fayga passar a receber encomendas e, assim, ela acabou ilustrando obras como a primeira edição de Invenção de Orfeu, de Jorge de Lima, em 1952. Na falta de um mercado mais amplo, além das editoras, o respaldo para o seu tipo de trabalho vinha da imprensa, o que se reverteu na contribuição da artista para almanaques e suplementos literários da época.

O segundo núcleo, Consciência Artística/Capacidade Inventiva, gira em torno de uma bandeira posterior da artista - a abstração assumida de fato por ela a partir de 1953, em um momento de interesse pela produção de estamparias de tecidos. "Ela enfrenta aí um establishment que vinha de séculos no Brasil, que era a arte figurativa", destaca o curador. Nesta seção da mostra, destacam-se, por exemplo, cinco gravuras raras (de uma série de dez) representativas desse novo rumo formal da artista.

Já Expressões Gráficas, último núcleo da mostra, evidencia a aproximação de Fayga, nos anos 1960, de técnicas como a serigrafia e a litografia. Ao percorrer a seção, o público poderá ver, por exemplo, criações como cartazes que ela fazia para as suas próprias exposições.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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