Sophia Hegg: marca disponível sob demanda na Try (Divulgação/Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 11h05.
Comprar moda pela internet é, há décadas, uma aposta na intuição. Apesar dos avanços em fotos, vídeos e ferramentas de inteligência artificial, que simulam o caimento das peças, o setor de e-commerce, que movimentou mais de R$ 40 bilhões no Brasil em 2024 e cresce mais de 20% ao ano, segundo dados da eBit/Nielsen. No entanto, os índices de devolução são altos, com mais de 35% das peças retornando aos centros de distribuição.
Esse desafio motivou o nascimento da TRY, startup que permite que o consumidor receba em casa as peças desejadas, experimente livremente por 48 horas e só pague pelo que decidir ficar. As peças que não serão adquiridas são recolhidas no endereço, sem custo adicional.
A plataforma reúne uma curadoria de 40 marcas nacionais como Gloria Coelho, Sarah Chofakian, Sophia Hegg, Zeferino, Neriage, Wasabi e Amapô. Os produtos mantêm os mesmos preços praticados pelas lojas em seus canais próprios de venda.
O sistema conta com duas modalidades de entrega: local, com entrega em até 3 horas quando o cliente está dentro de um raio específico da loja escolhida, e padrão, com prazo tradicional de envio. Em ambas as modalidades, o frete será gratuito no lançamento da plataforma.
Este serviço não é necessariamente novo, já que algumas marcas de moda já oferecem esse tipo de formato de venda, mas muitas vezes, o serviço é voltado aos clientes com quem já têm relacionamento. Com a TRY, os parceiros oferecem a experiência de experimentação para uma base de usuários cada vez maior. Além disso, a plataforma cuida de todo o processo — da logística ao pagamento — e se responsabiliza pelos produtos enquanto estão em trânsito.
O modelo também permite que os parceiros repensem seus investimentos em lojas físicas, ao levar a experiência do provador diretamente para a casa do consumidor.
Dados preliminares indicam que o serviço tem potencial de reduzir as devoluções em até 80%, aumentar o ticket médio em cerca de 30% e dobrar a recompra, alcançando uma taxa de conversão até cinco vezes superior à média do e-commerce tradicional.
"A TRY quebra o paradoxo do e-commerce de moda: criamos o primeiro marketplace com infraestrutura digital que proporciona a experiência real da experimentação. A plataforma elimina a insegurança do consumidor e escala as vendas dos parceiros com total segurança", diz Roberto Djian, fundador e CEO da TRY.
A empresa realizou uma rodada pré-seed e avalia um novo aporte para impulsionar o próximo ciclo de crescimento, acompanhando a expansão do marketplace e o avanço das novas frentes de negócio. Os participantes e valores não foram divulgados.
Com lançamento previsto para novembro, em versão beta, o site da TRY estará disponível em usetry.com.br, seguido pelo aplicativo. As operações terão início pelas regiões sul e sudeste, atendendo mais de 3.300 municípios. Outras regiões também serão atendidas.