Casual

Quarentena inspira artistas pelo mundo

Ponzi é um dos artistas que têm retratado cidades impactadas pela quarentena

Itália: um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus (AFP/AFP)

Itália: um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus (AFP/AFP)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 19 de março de 2020 às 14h07.

Na cidade fantasma de Milão, o ilustrador Emiliano Ponzi caminha por ruas vazias. No bairro de Navigli, onde o italiano mora, a região de bares e restaurantes está silenciosa. Uma cena que o faz lembrar do filme Eu Sou a Lenda, com Will Smith. "Eu deveria esperar uma horda de zumbis vindo me atacar", diz ele, em artigo especialmente escrito para o jornal The Washington Post.

Ponzi é um dos artistas que têm retratado cidades impactadas pela quarentena em decorrência do novo coronavírus e partilhado as imagens nas redes sociais.

No Instagram, o ilustrador começou o diário de imagens Itália Vs Covid-19 - Um Filme Que Nós Não Queríamos Assistir, em que narra a nova rotina da principal capital italiana, epicentro da contaminação pelo novo coronavírus na Europa. "Estou no meu estúdio. São 7h34 da manhã e tenho esse impulso de me levantar e ir ao café na esquina. Os hábitos são difíceis de matar, mas todas as cafeterias e restaurantes foram obrigados a fechar ontem", escreveu ele, nesta quarta-feira, 17.

O olhar de Ponzi pela cidade é repetido por outros artistas visuais ao redor do mundo. Há os que preferiram registrar os efeitos da quarentena nas cidades, enquanto outros artistas usam suas habilidades para fazer o trabalho de conscientização, informando a população sobre hábitos saudáveis contra o novo coronavírus.

 

O cartunista brasileiro Mauricio de Sousa entrou nessa campanha com um feito inédito e inusitado. No perfil da Turma da Mônica no Twitter, ele publicou a imagem do Cascão diante de uma pia, pronto para lavar as mãos. O famoso personagem criado pelo cartunista é conhecido por ter pavor de água, de tomar banho e de chuva. "Já lavaram as mãos? Esta é a principal forma de se prevenir contra o novo coronavírus", informa o post.

No Reino Unido, os fotógrafos Jamie Beck e Kevin Burg, do Ann Street Studio, começaram a postar imagens diárias, entre elas fotografias de natureza-morta, em sua conta no Twitter sobre a nova rotina de isolamento, com a hashtag #isolationcreation.

Outra publicação que ganhou as redes em prol do isolamento foi feita por duas brasileiras, a artista plástica Rita Wainer e a designer Júlia Gastin. Junto com a imagem de um coração vermelho há a mensagem: "Fique em casa. Por amor. Por empatia. Não é por um, é por todos".

A fotógrafa Arina Voronova, de Nova York, criou uma campanha de arte de rua que se espalhou pelas ruas da cidade em quarentena. Ela é autora de The Act of Love, um projeto urbano que traz imagens de pessoas usando máscaras respiratórias enquanto se beijam.

Com a cidade de Nova York perto de um bloqueio total, a fotógrafa tentou trazer uma mensagem de amor em um momento difícil. Caminhando pelas ruas, Arina abordou casais pelas ruas e já fotografou dezenas de pessoas, disse em entrevista ao The Guardian. "É uma campanha de humanização. O objetivo é mostrar amor, positividade e apoio a todos os países."

No Instagram, o projeto traz fotos de bastidores pelas ruas nova-iorquinas. "A tarefa que devemos definir para nós mesmos não é a de nos sentirmos seguros, mas sermos capazes de tolerar a insegurança", descreve a fotógrafa em uma publicação.

As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus:

Acompanhe tudo sobre:ArtistasCoronavírus

Mais de Casual

Preta Gil para além da música: os impactos da cantora no mercado publicitário

A natureza como a grande inspiração para as joalherias em 2025

Do encontro entre três premiados cantores brasileiros nasceu um dos álbuns mais escutados do ano

Cooperativa de crédito instala bar dentro de agência em Curitiba e transforma cofre em adega