Rolex e National Geographic: expedição para explorar o fundo do mar. (Giacomo d’Orlando/National Geographic/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 6 de junho de 2025 às 17h37.
Última atualização em 6 de junho de 2025 às 18h17.
Quando falamos em mudanças climáticas, cada segundo conta. O impacto das rápidas alterações nos ecossistemas é visível em diversas regiões do planeta, e a urgência em agir é crescente. Nesse contexto, a parceria entre Rolex e National Geographic ganha ainda mais relevância, com uma nova expedição de dois anos focada no oceano, um dos ambientes mais críticos e menos compreendidos do planeta.
Lançada em 2019, a Iniciativa Perpetual Planet, uma colaboração entre os dois gigantes, já tem marcado sua presença ao explorar os impactos das mudanças climáticas em sistemas vitais, como montanhas e florestas tropicais. Agora, o foco se volta para os oceanos, cobrindo todos os cinco grandes oceanos do mundo, com o objetivo de documentar as áreas menos estudadas e entender melhor os efeitos das mudanças climáticas nesse imenso ecossistema.
O projeto “Expedições Perpetual Planet: Oceanos” aborda os oceanos como um patrimônio vital, com a participação de cientistas, exploradores e comunidades locais, que trabalham juntos para proteger e restaurar o maior ecossistema da Terra. Apesar de cobrir quase três quartos da superfície terrestre e abrigar grande parte da biodiversidade do planeta, os oceanos ainda enfrentam sérios desafios, como a falta de proteção de mais de 90% de sua área. A urgência de proteger essas águas nunca foi tão clara, especialmente diante do aumento da temperatura das águas e seus impactos ambientais.
A primeira expedição dessa fase tem como foco a Bacia Sherman, no Oceano Ártico. Com o apoio da comunidade local de Gjoa Haven, o projeto busca compreender melhor a biodiversidade única dessa região e sua resiliência climática. O conhecimento adquirido poderá fornecer um modelo para proteger outras regiões árticas em mudança, além de garantir a segurança alimentar para as comunidades locais que dependem dos recursos marinhos. Outros projetos ao redor do mundo também estão em andamento, incluindo explorações no Oceano Austral e no Oceano Índico.
Em abril de 2022, ao lado de uma equipe formada por sete exploradores e pesquisadores, o fotógrafo alemão Thomas Peschak deu início à Expedição Perpetual Planet à Amazônia, também um projeto da Iniciativa Perpetual Planet. Durante dois anos, o grupo se dedicou a investigar a Bacia do Rio Amazonas, uma região que, com sua biodiversidade única e 40 milhões de habitantes, é considerada essencial para a saúde do planeta. Os resultados desse trabalho ganharam forma no documentário Expedição Amazônia, disponível no Disney+.
Peschak, que iniciou sua carreira como biólogo marinho antes de migrar para o fotojornalismo, oferece uma perspectiva própria sobre a expedição. “Em vez de encontrar tubarões e tartarugas marinhas, agora conheci cobras gigantes, piranhas e botos-cor-de-rosa”, diz, destacando a conexão entre a vida aquática e a floresta tropical. Embora o foco sobre a Amazônia costume abordar as florestas, Peschak e sua equipe buscaram evidenciar a importância dos ecossistemas aquáticos. “As equipes estudaram locais desde o topo dos Andes, onde o rio nasce, até a foz, no Oceano Atlântico”, explica.
Entre as descobertas documentadas pela equipe estão mangues de água doce e o ciclo de vida de espécies como o pirarucu. Mas os desafios também foram evidentes. A seca sem precedentes no Rio Amazonas e o degelo acelerado das montanhas no Peru destacaram a urgência do cuidado com o clima. “Os ribeirinhos contaram que nunca viram o rio tão baixo em sua vida”, diz Peschak. Para ele, a expedição foi a mais singular e desafiadora de sua carreira de 25 anos. “Foi a união da National Geographic com a Rolex, além da ajuda de todos os exploradores, cientistas e membros da comunidade, que tornou essa missão possível”, afirma.
Cada imagem capturada por Peschak é um convite à reflexão sobre o papel da Amazônia na preservação do planeta. Para ele, a mensagem é clara: a Amazônia é mais do que um tesouro natural — é parte essencial da nossa casa comum. Enquanto documenta a beleza dessa região, Peschak nos lembra que a responsabilidade pela proteção desse patrimônio é de todos.