Índia se torna foco de expansão das redes hoteleiras globais (Elena Odareeva/Getty Images)
Redatora
Publicado em 23 de julho de 2025 às 06h58.
Última atualização em 23 de julho de 2025 às 07h03.
Patna, capital do estado de Bihar, na Índia, com quase 130 milhões de habitantes, ganhou recentemente seu primeiro hotel premium, a rede Taj, da Indian Hotel Company Limited (IHCL). O país tem registrado crescimento acelerado no setor de hotel, impulsionado por aumento da demanda interna e investimentos em infraestrutura.
Desde 2024, a IHCL abriu cerca de 50 novos hotéis e opera ou está desenvolvendo mais de 350 unidades em todo o território indiano, com planos de dobrar esse número até 2030. Outras redes internacionais, como Accor, Radisson e Marriott, também planejam ampliar sua presença no mercado local.
O turismo doméstico na Índia cresceu significativamente após os lockdowns da pandemia de Covid-19, mantendo a alta demanda por hospedagem mesmo com o aumento das tarifas. A elevação da renda per capita, próximo a US$ 3 mil, tem favorecido o crescimento dos gastos discricionários, incluindo viagens e hospedagens.
O turismo espiritual e eventos culturais são fatores que impulsionam o mercado, com hotéis abrindo em locais de peregrinação, como Ayodhya. Paralelamente, melhorias na infraestrutura, como rodovias e conexões aéreas ampliadas, facilitaram o acesso a diversas regiões do país.
A oferta de quartos em redes hoteleiras cresceu para 200 mil unidades em 2024, número equivalente ao dos Emirados Árabes Unidos, que têm menos de um centésimo da população da Índia. Estima-se que mais 100 mil quartos sejam adicionados até o final da década, com crescimento distribuído para cidades menores, além dos grandes centros urbanos.
No entanto, o setor enfrenta desafios internos, como a alta rotatividade de mão de obra qualificada e dificuldades no acesso a financiamento. A rápida expansão, quando descontrolada, também pode comprometer a qualidade dos serviços.
O crescimento acelerado pode causar problemas quando destinos turísticos recebem mais visitantes do que conseguem suportar. Em algumas regiões montanhosas, já foram registrados congestionamentos, poluição, escassez de água e aglomerações de turistas disputando espaço para fotos.