Ciência

Aos 17 anos, ele criou um drone econômico capaz de transformar o setor — e já ganhou R$ 120 mil

Modelo impresso em 3D reduz custos e pode ser usado em resgates, pesquisas e entregas

Drone: protótipo criado por Cooper Taylor pode voar até 105 minutos com custo 80% menor (Freepik IA /Freepik)

Drone: protótipo criado por Cooper Taylor pode voar até 105 minutos com custo 80% menor (Freepik IA /Freepik)

Publicado em 26 de maio de 2025 às 09h51.

Última atualização em 26 de maio de 2025 às 09h53.

Cooper Taylor tem apenas 17 anos, mas já está chamando atenção do governo dos Estados Unidos com um projeto que pode revolucionar a indústria de drones.

O adolescente desenvolveu um modelo mais barato, eficiente e personalizável — e, por isso, foi premiado com US$ 23 mil em bolsas de estudo financiadas pelo Departamento de Defesa do país (cerca de R$ 120 mil na cotação atual).

O projeto de Taylor é um drone do tipo VTOL (decolagem e pouso vertical), uma combinação entre helicóptero e avião. Esse tipo de equipamento tem sido cada vez mais usado em áreas como agricultura, resposta a desastres, conservação ambiental, buscas e entregas médicas.

Com um design próprio, o jovem norte-americano conseguiu reduzir o custo de produção para cerca de um quinto do valor de mercado de modelos semelhantes, que chegam a custar milhares de dólares. Ele criou seis protótipos até agora, todos com peças impressas em 3D, programação desenvolvida por ele e placas de controle montadas manualmente.

Em abril, o trabalho rendeu a Taylor uma bolsa de US$ 8 mil no Junior Science and Humanities Symposium. Em seguida, no dia 16 de maio, ele foi premiado com mais US$ 15 mil pela Marinha dos EUA, após apresentar seu projeto na feira internacional Regeneron ISEF.

“Se você é um socorrista, pesquisador ou alguém tentando resolver um problema do dia a dia, quero que tenha acesso a esse tipo de drone”, disse Taylor ao Business Insider.

Drone modular

A inspiração para o projeto surgiu quando sua irmã mais nova ganhou um drone que durava apenas 30 minutos no ar. Ele começou a pesquisar formas de melhorar essa limitação e descobriu os drones VTOL, capazes de decolar como helicópteros e, depois, voar longas distâncias como aviões — sem precisar de pista de pouso.

O principal problema desses drones, segundo ele, é o custo elevado, especialmente por conta da quantidade de motores utilizados. Taylor percebeu que era possível criar um sistema em que os mesmos motores usados para decolar pudessem girar e assumir a função de propulsão durante o voo, o que eliminaria a necessidade de motores adicionais.

Embora a ideia de rotores inclináveis não seja nova — grandes empresas aeroespaciais vêm testando o conceito há décadas —, o diferencial do projeto está na simplicidade e versatilidade. O drone de Taylor é totalmente modular: asas e cauda podem ser trocadas, e há espaço para adaptar câmeras ou instrumentos científicos. Com menos motores e peças substituíveis, os custos são reduzidos significativamente.

Para David Handelman, roboticista sênior no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins e mentor do jovem, o projeto pode atrair usuários que precisam de uma plataforma versátil, mas não têm recursos para comprar sistemas mais complexos.

Hoje, o protótipo mais recente tem cerca de 1,8 metro de envergadura, pesa quase 3 quilos e já foi testado em voos de até 15 minutos. Segundo cálculos do próprio criador, ele pode chegar a 105 minutos de autonomia a 72 km/h — mas ainda prefere não forçar os limites.

Atualmente, o jovem trabalha na sétima versão do drone. Seu objetivo é deixá-lo compacto o suficiente para caber em uma mochila.

Acompanhe tudo sobre:DronesEstados Unidos (EUA)

Mais de Ciência

Foguete da SpaceX perde contato após quase 1h de voo e falha pela 3ª vez consecutiva

Como assistir ao lançamento do foguete Starship, da SpaceX, nesta terça-feira?

'Nemo' da vida real: o segredo do peixe-palhaço para sobreviver às ondas de calor

'Homem do Everest' bate próprio recorde e alcança topo da montanha pela 31ª vez