Redação Exame
Publicado em 10 de julho de 2025 às 16h07.
O Brasil fez uma reivindicação importante à ONU para buscar o reconhecimento de uma ilha submersa no Atlântico Sul como parte de sua plataforma continental.
A área, chamada Elevação do Rio Grande, é tão grande que supera a extensão da Islândia e está repleta de recursos minerais essenciais para a transição energética global. Entre os materiais encontrados na região estão cobalto, manganês, níquel e terras raras, utilizados em baterias, turbinas e painéis solares, com demanda crescente no mercado.
A Elevação do Rio Grande está localizada a cerca de 1.200 quilômetros da costa do Rio Grande do Sul e se ergue desde a base oceânica, a cerca de 5.000 metros de profundidade, com o topo situado entre 700 e 2.000 metros abaixo do nível do mar. A estrutura, que reúne montes submarinos, platôs, cânions e um gigantesco rift (fenda tectônica), é única na região.
Desde 2018, o Brasil reivindica a soberania sobre a área, e, em 2025, reforçou o pedido com novos estudos geológicos e geofísicos. Pesquisadores brasileiros, liderados por Luigi Jovane, professor da USP, têm investigado a origem geológica e o potencial mineral da Elevação do Rio Grande. As expedições científicas, realizadas desde 2015, segundo o UOL, apontam que a ilha submersa é, na verdade, um fragmento da crosta continental, o que valida a reivindicação do Brasil.
Estudos também indicam que a Elevação do Rio Grande foi uma ilha tropical no passado, tendo sido emersa há milhões de anos, com rochas vulcânicas datadas entre 45 e 47 milhões de anos.
Além do potencial mineral, a região também é alvo de preocupações ambientais. A exploração das riquezas minerais da Elevação do Rio Grande pode trazer riscos à fauna e à química das águas da região. Embora os impactos exatos ainda sejam desconhecidos, pesquisadores ouvidos pelo UOL alertam para os possíveis efeitos da mineração, como alterações no pH da água e a contaminação por poluentes. A pesquisa e o monitoramento ambiental da área serão cruciais, caso a reivindicação do Brasil seja reconhecida.
Se a ONU aceitar o pedido, o Brasil não só ampliará seu território no Atlântico, mas também assumirá uma responsabilidade ambiental global.