Ciência

Cientistas encontram joias laranja na Lua e pedras estranhas podem revelar segredos sobre satélite

Esferas laranja foram formadas durante explosões vulcânicas há mais de 3 bilhões de anos, quando o vácuo frio da Lua solidificou instantaneamente as gotas de lava

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 16 de junho de 2025 às 22h59.

Por meio de uma análise detalhada, cientistas finalmente desvendam os mistérios das pequenas joias laranja, coletadas em solo lunar há mais de 50 anos.

Durante as missões do Programa Apollo, as minúsculas pedras não puderam ser estudadas de forma adequada devido às limitações tecnológicas da época. Mas, as recentes investigações revelaram informações preciosas sobre as antigas erupções vulcânicas da Lua. O estudo foi publicado na revista Icarus.

As esferas laranja, com menos de 1 mm de diâmetro, foram formadas durante explosões vulcânicas há mais de 3 bilhões de anos, quando o vácuo frio da Lua solidificou instantaneamente as gotas de lava. Com base em análises realizadas com feixes de íons de alta energia e microscopia eletrônica, os pesquisadores puderam examinar o interior das pedras sem comprometê-las, já que qualquer contato com a atmosfera terrestre poderia alterar sua composição mineral.

Ryan Ogliore, um dos principais autores do estudo, destacou que essas amostras representam algumas das "mais incríveis" descobertas extraterrestres, com um valor imenso para a ciência. Segundo Ogliore, o processo de análise foi "como ler o diário de um antigo vulcanologista lunar", apontando que cada joia oferece pistas detalhadas sobre as condições ambientais e vulcânicas da Lua no distante passado.

Análises de pedras lunares revelam características de erupções antigas

Essas pequenas esferas, cujas variações de tom e composição indicam diferentes tipos de erupções, foram moldadas por intensas explosões vulcânicas ocorridas na Lua ainda em seus primórdios. Ao longo de bilhões de anos, a Lua, agora tranquila, guardou esses cristais que, com o passar do tempo, se tornaram "relíquias geológicas" essenciais para a compreensão das primeiras atividades geológicas no satélite natural da Terra.

Cada amostra traz detalhes preciosos sobre os ambientes químicos, a temperatura e a pressão que dominaram as erupções lunares. Com isso, a pesquisa oferece uma janela para o passado da Lua, antes de se tornar o corpo celestial que observamos atualmente.

Acompanhe tudo sobre:LuaCuriosidadesPesquisas científicas

Mais de Ciência

Fruta pouco conhecida do Brasil é uma das mais raras do mundo

Lula rara das profundezas do Atlântico é gravada pela primeira vez; assista ao vídeo

O pássaro que voa mais alto do que qualquer outro — e que supera até aviões comerciais

Adeus, Plutão? Astrônomos descobrem planeta que pode mudar o que se sabe sobre o sistema solar