A empresa havia realizado, em 2024, uma missão que transportou ao espaço as cinzas de indivíduos ligados à série Star Trek (Divulgação)
Redatora
Publicado em 8 de julho de 2025 às 20h37.
A startup alemã The Exploration Company (TEC) anunciou nesta terça-feira, 8, que investiga a perda de uma cápsula espacial que transportava cinzas cremadas de 166 pessoas. O módulo, chamado Nyx Mission Possible, deveria ter retornado à Terra após orbitar o planeta duas vezes no fim de junho, mas a comunicação com a nave foi perdida durante a entrada na atmosfera.
Além das cinzas, a cápsula também levava material vegetal e sementes de cannabis para um estudo sobre os efeitos da microgravidade. O objetivo era avaliar o comportamento da planta no ambiente de Marte.
A TEC realiza as operações para a empresa americana Celestis, que oferece serviços de voos memoriais espaciais. Por meio desse serviço, familiares enviam cinzas ou amostras de DNA de entes queridos ou animais de estimação ao espaço como forma de homenagem póstuma. Após orbitar a Terra, os módulos retornam e um vídeo com os principais momentos da missão é entregue às famílias.
A empresa havia realizado, em 2024, uma missão que transportou ao espaço as cinzas de indivíduos ligados à série Star Trek, incluindo o idealizador da produção, Gene Roddenberry.
Os preços para enviar cinzas ao espaço variam de cerca de US$ 3.495 a US$ 49.995 ( R$ 20 mil a R$ 274 mil).
As opções mais simples envolvem apenas uma breve exposição à microgravidade, enquanto as mais sofisticadas incluem órbitas ao redor da Terra, da Lua e até missões mais longas, com "retorno garantido".
“Todas as missões são conduzidas em estrita conformidade com as leis nacionais e internacionais, são fáceis de organizar e oferecem uma garantia de desempenho”, destacou a empresa.
Segundo comunicado da TEC divulgado no LinkedIn, a cápsula restabeleceu contato após o pico de aquecimento na reentrada, mas a comunicação foi perdida a cerca de 26 quilômetros de altitude, pouco antes da abertura dos paraquedas. Uma equipe independente foi formada para investigar o ocorrido, e os resultados serão compartilhados com clientes e investidores.
Charles Chafer, CEO da Celestis, afirmou que esta foi a primeira missão de retorno desse tipo realizada e que não será possível recuperar as cápsulas.
Chafer destacou que as famílias podem encontrar algum conforto ao saber que seus entes queridos fizeram parte de uma missão histórica, orbitando a Terra antes de repousar no Oceano Pacífico, de maneira semelhante a um tradicional espalhamento das cinzas no mar.